A palavra emprestada ou como falam as imagens
DOI:
https://doi.org/10.1590/S0034-77012009000200001Palavras-chave:
fala/palavra, imagem, pragmática, Grécia arcaica, artefatos, ritos funeráriosResumo
Todos temos a experiência de palavras dirigidas a um objeto inanimado, a que atribuímos, quase sem querer, uma personalidade humana. Alfred Gell fez desse fenômeno cotidiano a base de sua teoria da atribuição de subjetividade aos artefatos. O antropomorfismo nem sempre se limita, contudo, a essa forma superficial. Na ação ritual, em que se constrói um universo de verdade distinto do da vida cotidiana, o pensamento antropomórfico pode gerar crenças duradouras. Passa-se então da palavra dirigida aos artefatos para a palavra emprestada/atribuída a eles. Nessa perspectiva, o artigo analisa a palavra atribuída às estátuas funerárias na Grécia antiga. Em lugar de ater-se às questões formais, o artigo propõe captar o estatuto da representação icônica por intermédio da análise de seu contexto de uso. Identifica assim as transformações do ato verbal - de suas premissas e de seus efeitos - quando é atribuído a um artefato.Downloads
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