Negros em bailes de negros: sociabilidade e ideologia racial no "meio negro" em Campinas (1950/1960)

Autores

  • Maria Angelica Motta-Maués Universidade Federal do Pará; Instituto de Filosofia e Ciências Humanas

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-77012009000200008

Palavras-chave:

negro, elite, cor, racismo, imprensa negra

Resumo

Na história dos movimentos negros no Brasil, Campinas ocupa um lugar especial, como pioneira de uma imprensa negra que, ao lado das notas sociais e literárias, estampava nas páginas de Getulino, já na primeira década do século XX, o clamor dos negros contra uma sociedade que os excluía apenas por conta de sua cor. Tristemente conhecida como a cidade onde cinemas exibiam, junto com as "fitas", placas proibindo a entrada de negros, lá também acabou por se constituir uma "elite de cor", como modelo perfeito daquilo que alguém já denominou "puritanismo negro". Tendo isso em vista, este trabalho pretende apresentar um painel do ideário e da vida social dessa elite que, entre as décadas de 50 e 60 do século XX, editava um jornal chamado Hífen, sub-intitulado "O traço de união da elite", que se voltava mais para o problema racial fora do Brasil (nos Estados Unidos e África) e promovia seus incontáveis bailes, desfiles, convescotes, reuniões de arte etc., construindo, ao mesmo tempo, um perfil de negros "direitos", que sabem se colocar, isolados dos outros negros, com quem, como os brancos em relação a eles, lutam para não se misturar.

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Publicado

2009-01-01

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Motta-Maués, M. A. (2009). Negros em bailes de negros: sociabilidade e ideologia racial no "meio negro" em Campinas (1950/1960) . Revista De Antropologia, 52(2), 705-734. https://doi.org/10.1590/S0034-77012009000200008