"Está no sangue": a articulação de ideias sobre "raça", aparência e ancestralidade entre famílias de portadores de doença falciforme em Salvador, Bahia
DOI:
https://doi.org/10.1590/S0034-77012010000100008Palavras-chave:
relações raciais, aparência, ancestralidadeResumo
A discussão antropológica sobre "raça" e classificação "racial" no Brasil tem ressurgido com força no contexto dos debates sobre a implementação de ações afirmativas de corte "racial". Por meio do estudo de caso das ideias sobre "raça", aparência e ancestralidade entre portadores de doença falciforme e seus familiares na cidade de Salvador, Bahia, o artigo pretende contribuir para a compreensão do impacto que estas políticas públicas têm na compreensão destas categorias. Chamamos a atenção para as interfaces entre novos discursos e noções prévias, mostrando a necessidade de se expandir a discussão antropológica para além da existência ou não de um sistema de classificação "racial" no Brasil, seja este múltiplo ou bipolar. Assim, argumentamos que para apreender a complexidade e contradição das ideias sobre "raça", aparência e ancestralidade é mais adequado referir-se à circulação de discursos sobre estas questões, apontando para o papel do Estado como um dos canais por meio dos quais se dá a difusão destes discursos.Downloads
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