Correlatos da não participação nas aulas de Educação Física entre escolares brasileiros nas cinco regiões do Brasil
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1981-4690.2022e36178118Palavras-chave:
Adolescente, Atividade motora, Estudos transversais, Inquéritos epidemiológicosResumo
O objetivo deste estudo foi verificar os correlatos da não participação nas aulas de Educação Física (EFI) entre escolares brasileiros nas cinco regiões do Brasil. Trata-se de um estudo transversal utilizando dados de escolares do 9º ano do Ensino Fundamental, de ambos os sexos, participantes da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), 2015. A variável dependente foi a não participação nas aulas de EFI. Indicadores sociodemográficos, de estrutura escolar e comportamentais foram as variáveis independentes, avaliadas por questionários autoaplicáveis. A regressão logística binária foi usada para estimar as razões de chance, nas análises brutas e ajustadas. Participaram do estudo 84.807 escolares. A prevalência de não participação nas aulas de EFI foi de 17,9%, sendo mais alta na região Nordeste (26,9%). O sexo feminino, não ter materiais esportivos em condição de uso e ser inativo no lazer mostraram maiores chances de não participação nas aulas de EFI em todas as regiões. Escolares de municípios não capitais das regiões Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste apresentaram menores chances de não participação. As demais variáveis mostraram associações com chances maiores ou menores a depender da região do país. Para as cinco regiões do país, foi identificado um claro padrão de correlatos da não participação nas aulas de EFI, envolvendo sexo, atividade física insuficiente no lazer e materiais das aulas. Os demais correlatos da participação nas aulas variaram nas associações, a depender da região do país. A proposição de intervenções para aumentar a participação nas aulas de EFI entre os jovens brasileiros deve considerar as potenciais diferenças regionais quantos aos seus correlatos.
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