O sentido estético nos comportamentos adaptativos das equipas desportivas: da necessidade de mudança à beleza evolutiva do jogo
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1981-4690.2024e38223958Palavras-chave:
Estética do desporto, Futebol, Mudança, Homeostasia coletiva, Equipes desportivasResumo
O presente trabalho apresenta uma reflexão sobre o valor estético do desporto, explorando a relação entre os conceitos de mudança e homeostasia, tendo em conta as dinâmicas emergentes e as necessidades evolutivas das equipes desportivas, utilizando como referência o exemplo do futebol. De acordo com a perspetiva do modelo de homeostasia coletiva proposto por Santos e colaboradores, o desempenho das equipes desportivas é co-regulado à medida que comportamentos coordenados emergem através da formação de sinergias entre os jogadores, para se adaptarem de forma eficiente e eficaz face às restrições dinâmicas dos contextos competitivos. A capacidade de adaptação às mudanças no jogo e às estratégias dos oponentes afigura-se vital para o sucesso e para a sobrevivência desportiva. Ao integrar conceitos da filosofia estética, este trabalho enfatiza a importância do sentido estético relativamente aos comportamentos adaptativos e à necessidade do desenvolvimento da capacidade de prontidão adaptativa nos jogadores e nas equipes desportivas. Desta forma, a valorização estética e o consequente aumento do espectro de sensibilidade no processo de desenvolvimento dos jogadores, é suscetível de ter influência na eficiência, na eficácia e na coesão das equipes desportivas. O entendimento aprofundado dessas dinâmicas pode fornecer contributos valiosos para treinadores e investigadores, promovendo uma abordagem globalizante no desenvolvimento e desempenho desportivo.
Downloads
Referências
Gumbrecht HU. A forma da violência: em louvor da beleza atlética. Folha São Paulo. 2001;11(03).
Osterhoudt R. The philosophy of sport: an overview. Champaign (IL): Stipes Publishing Company; 1991.
Lacerda T. Acerca da natureza da experiência estética desencadeada pelo encontro com o desporto e do seu contributo para a educação estética do ser humano. In: Lebre E, Bento J, organizadores. Professor de Educação Física Ofícios da Profissão. Porto: FCDEF-UP; 2004. p. 301-7.
Masterson D. Sport, theatre and art in performance. In: Lenk H, editor. Tropical problems of sport philosophy. Schorndorf: Verlag Karl Hofmann; 1983. p. 169-83.
Huizinga J. Homo ludens. Madrid: Alianza Editorial; 1972.
Kupfer J. Sport - The body electric. In: Morgan WJ, Meier KV, organizadores. Philosophic inquiry in sport. Champaign (IL): Human Kinetics Publishers; 1988. p. 455-75.
Santos R, Ribeiro J, Davids K, Garganta J. Sports teams as collective homeostatic systems: exploiting self-organising tendencies in competition. New Ideas Psychol. 2023;71:101048.
Kreft L. Sport as a drama. J Philos Sport. 2012;39(2):219-34.
Shusterman R. Body consciousness: A philosophy of mindfulness and somaesthetics. Cambridge: Cambridge University Press; 2008.
Durant W. A história da filosofia. Nova Cultural; 1991.
Popper K. O realismo e o objetivo da ciência. Lisboa: Publicações Dom Quixote; 1987.
Betts JG, DeSaix P, Johnson E, Johnson JE, Korol O, Kruse DH, et al. Anatomy and physiology. OpenStax College, Rice University; 2017.
Losos J, Donoghue MJ, Levin SA, Mackay TFC, Rieseberg L, Travis J, et al. What is evolution? In: Losos JB, Baum DA, Futuyma DJ, Hoekstra HE, Lenski RE, Moore AJ, et al., organizadores. The Princeton guide to evolution. Princeton: Princeton University Press; 2014. p. 3-9.
Ribeiro J, Davids K, Araújo D, Guilherme J, Silva P, Garganta J. Exploiting bi-directional self-organizing tendencies in team sports: the role of the game model and tactical principles of play. Front Psychol. 2019;10.
Damásio A. A estranha ordem das coisas: a vida, os sentimentos e as culturas humanas. 1. ed. Lisboa: Temas e Debates; Circulo de Leitores; 2017.
Edgar A. Sportworld. Sport Ethics Philos. 2013;7(1):30-54.
Teoldo da Costa I, Guilherme J, Garganta J. Football intelligence. London: Routledge; 2021.
Valdano J. El miedo escénico y otras hierbas. Madrid: Aguilar; 2002.
Gladwell M. Blink: the power of thinking without thinking. New York (NY): Little, Brown and Co; 2005. viii, 277 p.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Revista Brasileira de Educação Física e Esporte

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Todo o conteúdo da revista, exceto onde está identificado, está licenciado sob uma Licença Creative Commons (CC-BY)