Saúde mental dos professores de ciências contábeis: o uso de estratégias de enfrentamento do estresse
DOI:
https://doi.org/10.1590/1808-057x202113960Palabras clave:
Estresse, Estratégias de enfrentamento, Docente, Teacher Stress Inventory, Brief COPEResumen
Buscou-se investigar quais estratégias de enfrentamento mais frequentemente são utilizadas pelos professores do curso de ciências contábeis e como elas podem modular o estresse percebido por esses professores. O ambiente acadêmico do ensino superior está permeado de eventos de natureza estressora; não obstante, pouco esforço, principalmente na área de ciências contábeis, foi empregado para buscar entender e propor direcionadores que pudessem aprimorar o bem-estar e o prazer com a profissão de professor. Uma estratégia de enfrentamento é um comportamento que protege o indivíduo de danos psicológicos relacionados a experiências sociais problemáticas; assim, é por meio desses comportamentos que os indivíduos gerenciam as experiências cotidianas, contribuindo para a manutenção de sua saúde mental. A discussão sobre a utilização de estratégias de enfrentamento do estresse carece de abordagem nas instituições de ensino superior (IES), seja por apontarem que diversas estratégias estão sendo empregadas sem a devida eficácia, seja por sinalizarem que três das estratégias, estatisticamente significativas são da dimensão daquelas focadas nas emoções disfuncionais. E, o mais grave, dessas três estratégias, duas (autoculpabilização e negação) têm contribuído, sobremaneira, para aumentar a percepção de estresse. Foram empregados o Teacher Stress Inventory (TSI), composto de 26 questões com escala Likert de cinco pontos, e o Brief COPE (Coping Orientation to Problems Experienced Inventory), com 28 itens e escala de quatro pontos, além de questões sociodemográficas. Foi enviado um questionário eletrônico a dois mil professores que lecionavam em curso de ciências contábeis no Brasil. Ao todo, 563 docentes responderam às perguntas. A análise foi realizada por meio de testes de associação e de regressão linear múltipla. Apurou-se que o estresse médio relatado pelos professores foi de 63% do escore máximo do TSI, e as estratégias medidas pelo Brief COPE mais prevalentes foram planejar, coping ativo, reinterpretação positiva, utilização de suporte instrumental, autoculpabilização e religião. Por meio de estimação de regressão linear, concluiu-se que duas estratégias de enfrentamento (coping ativo e desinvestimento comportamental) moderaram negativamente o estresse dos docentes, porém outras duas (autoculpabilização e negação) elevaram sua percepção de estresse. Além disso, descobriu-se que os professores mais vulneráveis ao estresse utilizam mais intensamente estratégias de enfrentamento menos adaptativas.
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