Proposição de limiares críticos ambientais para uso em sistema de alertas de deslizamentos
DOI:
https://doi.org/10.11606/rdg.v40i0.165390Palavras-chave:
Monitoramento de campo, Sensores ambientais, Áreas de risco, PPDCResumo
Sensores ambientais foram utilizados para monitorar encostas urbanas representativas de áreas de risco a deslizamentos em três municípios do estado de São Paulo (Ubatuba, Campos do Jordão e São José dos Campos), onde pluviômetros e sensores de umidade do solo foram instalados ao longo de perfis de alteração até 3,0 metros de profundidade. A leitura dos sensores foi realizada automaticamente em intervalos de 10 minutos; enquanto o envio automático dos dados via tecnologia GPRS/GSM (telefonia celular) foi feito em intervalos pré-programados de 4 horas. A ocorrência de vários deslizamentos nos três municípios durante o registro dos dados ambientais permitiu propor limiares críticos operacionais para serem usados em sistema de alerta de deslizamentos. Entre os parâmetros ambientais monitorados verificou-se que tanto a chuva (intensidade e acumulados de 24h e 72h) como o teor de umidade do solo exercem papel fundamental na deflagração dos deslizamentos em encostas urbanas. A intensidade da chuva horária, chuva acumulada de 24 ou 72 horas e o aumento significativo do teor de umidade do solo até 3,0 metros de profundidade foram os principais parâmetros ambientais associados com as ocorrências dos deslizamentos registrados nas áreas estudadas. Outro aspecto relevante da pesquisa é a possibilidade de utilização dos limiares críticos em situações distintas nos sistemas de alerta a deslizamentos, ou seja, podem ser utilizados tanto para a entrada quanto para a saída de um determinado nível operacional utilizado no Plano Preventivo de Defesa Civil - PPDC operado no Estado de São Paulo (“observação” para “atenção” e vice-versa, por exemplo).
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