Geografia do voto
influências das singularidades territoriais nas eleições presidenciais do Brasil ao Maranhão
DOI:
https://doi.org/10.11606/eISSN.2236-2878.rdg.2024.207979Palabras clave:
Eleição presidencial, geografia do voto, dinâmica territorialResumen
O presente artigo se propôs a analisar a dinâmica espaço-temporal das eleições presidenciais do Brasil, no período de 2018 e 2022, bem como compreender as tendências e padrões territoriais das eleições em nível nacional e como eles se reproduzem em escala regional e local no estado do Maranhão, bem como revelar tendências regionais e identificar divisões políticas e ideológicas. A proposta metodológica desenvolveu-se como um estudo ecológico sob uma abordagem sistêmica e multidisciplinar. Para tanto, utilizou-se ferramentas de Análise Exploratória de Dados Espaciais - AEDE e do Sistema de Informação Geográfico – SIG (análise fatorial e de cluster). No Maranhão, assim como nos demais estados do Nordeste brasileiro, verifica-se um forte reduto eleitoral petista, com destaque para a região norte e nordeste do estado. Contudo, observa-se o avanço do eleitorado ligado as pautas bolsonaristas na faixa centro-sul e sudoeste, com o apoio de setores conservadores conectadas a empresários, lideranças religiosas e do agronegócio. Por outro lado, considera-se que o avanço da polarização não deve ser medida exclusivamente por indicadores ligados a renda, classe e raça, mas se faz necessário examinar o contexto histórico e cultural regional e local. De modo geral, os resultados da pesquisa demonstram que a dinâmica eleitoral pode servir como um proxy para se compreender fatores e dinâmicas sociodemográficos, culturais e históricos em diferentes escalas.
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