De árvores e pessoas. O que funciona para o desenvolvimento, trabalho e meio ambiente na Amazônia brasileira?
DOI:
https://doi.org/10.14201/reb2019611109121Palavras-chave:
Amazônia, Desenvolvimento, TrabalhoResumo
O presente artigo contribui para com a controversa sobre modelos de desenvolvimento para a Amazônia brasileira, aproveitando descobertas de modelos macroeconômicos de alta resolução. Uma Matriz de Contabilidade Social para a floresta amazônica e um Modelo de Equilíbrio Geral Computável revelam fatos novos y perspectivas para a formulação de politicas. Muito mais pessoas ganham a sua vida no uso da floresta amazônica do que se pensava. Mais de 525.000 trabalhadores (equivalentes de trabalho a tempo completo) estavam empregados na colheita y fabricação de produtos florestais e outros 115.000 na pesca de rio. Cultivos agrícolas e a pecuária são empregadores maiores na Amazônia que a floresta, mas os três setores oferecem rendas muito baixas. As outras atividades também não são melhores para estimular o crescimento econômico. Um desdobramento disso é que uma politica de desmatamento zero para cumprir as metas brasileiras de mudança climática provocaria uma perdida de apenas 0.62% do PIB nacional cumulativo ao 2030. Essas perdas, porém, recaem na fronteira agrícola, nos trabalhadores menos qualificados e em famílias pobres. Isso requer medidas para alcançar uma transição justa tal como estipulada no Acordo de Paris sobre o Clima e promovido pela OIT. As políticas deveriam estimular um desenvolvimento econômico local, aproveitando o alto potencial do uso sustentável da floresta e da pesca de rio de agregar valor localmente. Aumentos da produtividade do uso do solo e do trabalho tal como a transformação das cadeias de valor relacionadas serão fundamentais para melhorar renda e realizar o potencial da região de prosperar numa economia verde.