A construção do cérebro dependente: uma análise da mídia brasileira e da literatura científica sobre adição a tecnologias

Autores

  • Olavo B. Amaral Universidade Federal do Rio de Janeiro. Instituto de Bioquímica Leopoldo de Meis
  • Lara S. Junqueira Universidade Federal do Rio de Janeiro. Instituto de Bioquímica Leopoldo de Meis

DOI:

https://doi.org/10.7594/revbio.15.01.05

Palavras-chave:

Dependência, jogo eletrônico, internet, neuroimagem, dopamina

Resumo

A neurociência é frequentemente usada como um argumento em diversos debates sobre saúde mental, tais como a definição de alguns comportamentos como patológicos. Para compreender como isto ocorre na mídia brasileira, analisamos fatos neurocientíficos mencionados em artigos sobre um diagnóstico ainda controverso, a dependência de jogos eletrônicos e/ou internet. Dos 85 artigos localizados em 7 grandes veículos de imprensa online, 25% faziam alusões à neurociência. A análise de dois fatos frequentemente mencionados (a similaridade das alterações cerebrais observadas nas dependências de tecnologia e drogas e a liberação de dopamina como mediador de recompensa e adição a jogos eletrônicos) demonstra inconsistências entre as afirmações na mídia e a evidência empírica disponível. No entanto, vieses semelhantes foram encontrados na própria literatura científica, sugerindo que interpretações relacionadas à existência de um “cérebro dependente” em adições químicas e comportamentais parecem ser favorecidas tanto entre jornalistas quanto entre cientistas

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Publicado

2018-04-23

Edição

Seção

Revisão

Como Citar

Amaral, O. B., & Junqueira, L. S. (2018). A construção do cérebro dependente: uma análise da mídia brasileira e da literatura científica sobre adição a tecnologias. Revista Da Biologia, 15(1), 39-49. https://doi.org/10.7594/revbio.15.01.05