"Apropria-te de mim e refaz a independência sempre que preciso": a polissemia e a longevidade do culto bolivariano

Autores

  • Fabiana de Souza Fredrigo Universidade Federal de Goiás
  • Gabriela Pellegrino Soares Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2316-9036.i130p109-126

Palavras-chave:

Simón Bolívar, Francisco de Paula Santander, Correspondência, Monumentos

Resumo

Este artigo analisa o processo de construção de uma memória em torno de Simón Bolívar, uma memória polissêmica que articula os protagonistas da gesta independentista na Grã-Colômbia e a posteridade. Partimos da correspondência entre Simón Bolívar e Francisco de Paula Santander, visitamos a Colômbia e a Venezuela, contemplamos estátuas e ouvimos a Orquestra Sinfônica Simón Bolívar. Em todo esse percurso, problematizamos a polissemia do culto bolivariano, tendo em vista a centralidade das independências sul-americanas e suas implicações, tais como: o estabelecimento de uma cultura cívica republicana, a formação da comunidade de generais e a constituição da nação ideal, hoje capturada por projetos políticos em cena na Venezuela e na Colômbia.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Fabiana de Souza Fredrigo, Universidade Federal de Goiás

    Professora associada da Faculdade de História da Universidade Federal de Goiás, credenciada no Programa de Pós-Graduação em História (PPGH-UFG)

  • Gabriela Pellegrino Soares, Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas

    Professora livre-docente do Departamento de História da Universidade de São Paulo e pesquisadora do CNPq

Referências

BOLÍVAR, S. Testamento de S. E. El Libertador de Colombia General Simón Bolívar. Disponível em: https://repositorio.unal.edu.co/bitstream/handle/unal/2290/testamento_de_s._e._el_libertador_de%20_colomb.pdf?sequence=3&isAllowed=y. Acesso em: 3/jul./2021.

BOLÍVAR, S. Escritos políticos. Org. Graciela Soriano. Campinas, Editora da Unicamp, 1992.

BITTENCOURT, L. B. “Escrever, contar, guardar: o diário de Santander no exílio europeu (1829 -1832)”. Revista Brasileira de História, v. 33, n. 66. São Paulo, 2013, pp. 247-67. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbh/a/DBF8VZ3JHG4rdrckvbpRFRd/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 9/jul./2021.

BUSANICHE, J. L. Bolívar visto por sus contemporáneos. México, Fondo de Cultura Económica, 1986.

CARRERA-DAMAS, G. El culto a Bolívar: esbozo para un estudio de la historia de las ideas en la Venezuela. Caracas, Fundación de Instituto de Antropologia y História/ Universidad Central de Venezuela, 1969.

CHÁVEZ, H. Discurso de toma de posesión. 1999. Disponível em: www.analitica.com/bitblio/hchavez. Acesso em: 12/jun./2013.

FLORES GONZÁLEZ, J. “Muerte, exequias y corazones en tiempos de la guerra de independencia venezolana”, in J. Flores González et al. !He aqui el año terrible! 1814: mitos, hitos y redefiniciones. Caracas, Centro Nacional de Estudios Históricos, 2017, pp. 15-79.

FREDRIGO, F. S. Guerras e escritas: a correspondência de Simón Bolívar (1799-1830). São Paulo, Editora Unesp, 2010.

FREDRIGO, F. S. Guerras de papel: Francisco de Paula Santander e Simón Bolívar, das peças autobiográficas à narrativa epistolar (1826-1837). Goiânia, Editora da UFG, 2017.

GOMES, A. C. “Escrita de si, escrita da história: a título de prólogo”, in A. C. Gomes (org.). Escrita de si, escrita da história. Rio de Janeiro, Editora da FGV, 2004.

JUNG, C. G. Os arquétipos e o inconsciente coletivo. Petrópolis/Rio de Janeiro, Vozes, 2000.KRAUSE, E. “Hugo Chávez: o adorador do herói”, in Os redentores: ideias e poder na América Latina. São Paulo, Saraiva, 2011, pp. 527-64.

LANG, N.; RAYMONT, P. Margaret Atwood: a word after a word after a word is power. Documentário. Canadá, 2019.

LYNCH, J. Las revoluciones hispanoamericanas, 1808 -1826. Buenos Aires, Ariel Historia, 1976

MARTINS, M. A. Festas para Bolívar? Entre projetos e sentidos nas comemorações dedicadas ao Libertador em Caracas (1827, 1842, 1883). Dissertação de mestrado. Campinas, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp, 2018. PIGLIA, R. “Uma narrativa sobre Kafka”, in O último leitor. São Paulo, Companhia das Letras, 2006, pp. 38-73.

PRADO, M. L. C. América Latina no século XIX: tramas, telas e textos. São Paulo/Bauru, Edusp/Edusc, 1999.

RODRÍGUEZ JÍMENEZ, P. “Cuerpos, honras fúnebres y corazones en la formación de la República colombiana”. Anuario Colombiano de Historia Social y de la Cultura, vol. 38, n. 2, jul.dic.2011, pp. 155-79. Disponível em: https://revistas.unal.edu.co/index.php/achsc/article/view/28087/28341. Acesso em: 13/jun./2021.

SCHEIDT, E. “‘Revolução Bolivariana’ nos discursos de Hugo Chávez”. Cordis. Revoluções, Cultura e Política na América Latina, n. 11. São Paulo, jul.-dez./2013, pp. 155-93.

SOARES, G. P. Simón Bolívar. São Paulo, Secretaria de Estado de Educação/Fundação Memorial da América Latina, 2008.

SORIANO, G. (org.). “Introdução”, in S. Bolívar. Escritos políticos. Campinas, Editora da Unicamp, 1992.

VILELA, A. L. O. “Pavimentar o chão comum: a utopia melancólica na obra de Doris Salcedo”, in F. S. Fredrigo; I. L. Gomes. História e trauma: linguagens e usos do passado. Vitória, Milfontes, 2020, pp. 239-60.

ZANCOPE, T. C. M. A refundação da nação: bolivarianismo nos discursos de Hugo Chávez (1999-2000). Goiânia, Editora da UFG, 2014.

Downloads

Publicado

2021-10-18

Edição

Seção

Dossiê independências latino-americanas

Como Citar

FREDRIGO, Fabiana de Souza; SOARES, Gabriela Pellegrino. "Apropria-te de mim e refaz a independência sempre que preciso": a polissemia e a longevidade do culto bolivariano. Revista USP, São Paulo, Brasil, n. 130, p. 109–126, 2021. DOI: 10.11606/issn.2316-9036.i130p109-126. Disponível em: https://periodicos.usp.br/revusp/article/view/191460.. Acesso em: 4 dez. 2024.