Nau sem rumo? O sistema partidário brasileiro pós-democratização

Autores

  • Carlos Ranulfo Melo Universidade Federal de Minas Gerais

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2316-9036.i134p75-90

Palavras-chave:

Partidos, Sistema partidário, Fragmentação, Crise, Brasil

Resumo

Este artigo tem como objetivo analisar as mudanças pelas quais passou o sistema partidário brasileiro inaugurado em 1982. Em um primeiro momento, mostra como e por que, após um período de extrema fluidez e mesmo mantendo alto nível de fragmentação, o sistema alcançou um determinado padrão de interação entre seus membros, o que lhe permitiu duas décadas de estabilidade. Na sequência, o artigo explica por que esse padrão se desfez, inaugurando uma fase de crise e incerteza. Os momentos de estabilidade e desarticulação têm relação com a dinâmica assumida pela competição em torno da Presidência da República.

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Biografia do Autor

  • Carlos Ranulfo Melo, Universidade Federal de Minas Gerais

    Professor do Departamento de Ciência Política e pesquisador do Centro de Estudos Legislativos da UFMG e autor de Retirando as cadeiras do lugar: migração partidária na Câmara dos Deputados, 1985-2002 (Editora UFMG)

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Publicado

2022-09-16

Edição

Seção

Dossiê bicentenário da independência: política

Como Citar

MELO, Carlos Ranulfo. Nau sem rumo? O sistema partidário brasileiro pós-democratização. Revista USP, São Paulo, Brasil, n. 134, p. 75–90, 2022. DOI: 10.11606/issn.2316-9036.i134p75-90. Disponível em: https://periodicos.usp.br/revusp/article/view/202416.. Acesso em: 4 dez. 2024.