Literatura e antropologia como paradigmas críticos do direito
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2318-8235.v112i0p715-735Palabras clave:
Antropologia do Direito, Literatura, Vachon, Bataille, Sade.Resumen
O pensamento de crítica do Direito já é muito antigo em nossa sociedade, encontrando desde seus primórdios diversos paradigmas. No passado, a filosofia foi o principal paradigma e com o advento da modernidade e do positivismo filosófico, a ciência passou a ocupar este lugar. No presente artigo, em primeiro momento, exploramos como a antropologia funciona enquanto um paradigma crítico do Direito, a partir do descentramento do olhar ocidental sobre suas instituições e consequente desnaturalização da ideia da universalidade do Direito. Para tanto, exploramos alguns textos postos pelo antropólogo contemporâneo Robert Vachon. Mas, no segundo passo deste trabalho, queremos mostrar que a antropologia encontra limitações para essa crítica no fato de estar atrelada culturalmente à modernidade social, de modo que em uma crítica que busca descentrar de forma absoluta de nossas categorias ela incorre no que Habermas chama de contradição performativa. Desse modo, pretendemos propor a literatura como um paradigma crítico do Direito que não sofre com os ônus enunciativos que a antropologia traz, podendo fazer assim uma crítica mais profunda e consequente.
Descargas
Referencias
ADORNO, Theodor W.; HORKHEIMER, Max. Dialética do esclarecimento: fragmentos filosóficos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2006.
BATAILLE, Georges. A parte maldita. Precedida de “A noção de dispêndio”. São Paulo: Autêntica, 2013a.
BATAILLE, Georges. La Structure psychologique du fascisme. Hermès, La Revue, Paris, n. 5-6, p. 137-160, 1989.
BATAILLE, Georges. O erotismo. São Paulo: Autêntica, 2013b.
BLANCHOT, Maurice. Lautréamont et Sade. Paris: Éditions de Minuit, 1963.
HABERMAS, Jürgen. Arquitetura moderna e pós-moderna. Tradução: Carlos Eduardo Jordão Machado. Novos Estudos CEBRAP, São Paulo, v. 2, n. 18, p. 115-124, set. 1987.
HABERMAS, Jürgen. Teoria do agir comunicativo. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2012.
HABERMAS, Jürgen. The philosophical discourse of modernity. Cambridge: Polity Press, 2007.
KLOSSOWSKI, Pierre. Sade, meu próximo. São Paulo: Brasiliense, 1984.
MACHADO, Roberto. Zaratustra, tragédia nietzschiana. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1997.
MARTON, Scarlett (Org.) Nietzsche, um “francês” entre franceses. São Paulo: Discurso Editorial: Barcarolla, 2009.
MELTZER, Françoise. Sobre a questão da Aufhebung: Baudelaire, Bataille e Sartre. Revista Crítica de Ciências Sociais, Coimbra, v. 75, p. 3-19, 2006.
MORAES, Eliane Robert. Lições de Sade. Ensaios sobre a imaginação libertina. São Paulo: Iluminuras, 2006.
MORAES, Eliane Robert. Marquês de Sade: um libertino no salão dos filósofos. São Paulo: EDUC, 1992.
MORAES, Eliane Robert. Sade: a felicidade libertina. Rio de Janeiro: Imago, 1994.
NIETZSCHE, Friedrich. Ecce homo. Tradução: Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.
NIETZSCHE, Friedrich. O nascimento da tragédia. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.
NOBRE, Marcos (Org.). Curso livre de teoria crítica. 3. ed. Campinas: Papirus, 2011.
ROULAND, Norbert. Nos confins do direito: antropologia jurídica da modernidade. 2. ed. São Paulo: WMF Matins Fontes, 2008.
SABOT, Philippe. Bataille, entre Kojève et Queneau: le dèsir et l’histoire. Le Portique: Revue de Philosophie et de sciences Humaines, Strasbourg, v. 29, p. 19-35, 2012.
SADE, Marquês de. [Donatien Alphonse François de Sade]. A Filosofia na alcova. Tradução, posfácio e notas Contador Borges. São Paulo: Iluminuras, 2014.
SADE, Marquês de. [Donatien Alphonse François de Sade]. Justine. Milão: Mondadori, 2012.
SADE, Marquês de. [Donatien Alphonse François de Sade]. La nuova justine. Parma: Ugo Guanda, 2013.
SADE, Marquês de. [Donatien Alphonse François de Sade]. O Corno de si próprio e outros contos. Organização e tradução de Plínio Augusto Coêlho. São Paulo: Hedra, 2009.
SADE, Marquês de. [Donatien Alphonse François de Sade]. Opere. Milão: Mondadori, 2001.
SADE, Marquês de. [Donatien Alphonse François de Sade]. Os 120 dias de sodoma. Tradução: Alain François. São Paulo: Iluminuras, 2006.
VACHON, Robert. L’etude du pluralisme juridique: une approche diatopique et dialogale. The Journal of Legal Pluralism and Unofficial Law, [S. l.], v. 22, n. 29. p. 163-173, 1990.
VENTURI, Robert; BROWN, Denise Scott; Izenour, Steven. Learning from Las Vegas. Cambridge: MIT Press, 2001.
Descargas
Publicado
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2018 Revista da Faculdade de Direito, Universidade de São Paulo

Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial-CompartirIgual 4.0.