A origem do islã. O universo muçulmano. Alcorão e a châr’ia
DOI :
https://doi.org/10.11606/issn.2318-8235.v115p21-46Mots-clés :
Originalidade do Islamismo, Châr’ia muçulmana, Mohammed, Alcorão, Sofismo ÁrabeRésumé
O Islã até hoje continua em expansão e é fato que a cada cinco indivíduos no Mundo atual, uma é muçulmana em cômputo de mais de 2 bilhões de fiéis, sendo a segunda maior Religião da História das Religiões. Registra-se que 60% dos intelectuais que se convertem à sua escolha, torna o Islamismo mais que uma Religião e, sim, respeitável Nação sem fronteiras, devido ao espírito de universalidade que transcende qualquer distinção de raça, permitindo a cada povo integração ao âmbito do Islã e, ao mesmo tempo, conservação de sua cultura. Antes do Islã, na Península Arábica, a vida social era afetada pelos usos e costumes que a razão e a consciência repugnavam. A poligamia, a herança de mulheres, consideradas objeto qualquer e a prática da obscenidade são alguns assinalados; enfim, situação caótica do convívio árabe, antes do Islã. Judeus e cristãos, apesar de propagadores, não conseguiram reunir os árabes ou constituí-los em uma só Nação. No âmago desse caos religioso, social e político surge Mohammed (Maomé) agraciado pelo Qura’n (Alcorão), pregando obediência e adoração a um Deus Único, respeito ao ser humano, valoração do pensamento e da mente, auspiciando nova ética, novas Leis como, também, códigos morais. Especialista do Mundo Muçulmano, Peter Demant, professor da USP “a originalidade do Islamismo está inserida em seu programa político e social positivo, simples e reduzi-lo ‘à restauração da châr’ia como Lei obrigatória’”. Islamitas e muitos outros muçulmanos indubitavelmente se reconhecem nesta fórmula, pois ela é vaga demais, lembrando que a châr’ia não é sistema acabado, mas um método para dedução baseada em fontes islâmicas, regras obrigatórias (soluções) em ampla pauta de questões como rituais, sociais, econômicas, familiares, comportamentais, jurídicas, políticas e muito mais. Enfim, não há consenso fundamentado legalmente sobre as fontes em aplicações que se desenvolvem junto à evolução da sociedade que, por sua vez, sempre infiltra novos desafios, de maneira que especialistas não estão de acordo em seu conteúdo. Há muitos movimentos e tendências fundamentalistas diferenciadas entre si, as quais se apresentam no desenrolar expositivo do artigo.
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