Doenças inflamatórias intestinais: princípios da terapia nutricional

Autores/as

  • Fábio Guilherme Campos University of São Paulo; Faculty of Medicine; Hospital das Clínicas; Department of Gastroenterology, Coloproctology Unit
  • Dan L. Waitzberg University of São Paulo; Faculty of Medicine; Hospital das Clínicas; Department of Gastroenterology, Coloproctology Unit
  • Magaly Gemio Teixeira University of São Paulo; Faculty of Medicine; Hospital das Clínicas; Department of Gastroenterology, Coloproctology Unit
  • Donato Roberto Mucerino University of São Paulo; Faculty of Medicine; Hospital das Clínicas; Department of Gastroenterology, Coloproctology Unit
  • Angelita Habr-Gama University of São Paulo; Faculty of Medicine; Hospital das Clínicas; Department of Gastroenterology, Coloproctology Unit
  • Desidério R. Kiss University of São Paulo; Faculty of Medicine; Hospital das Clínicas; Department of Gastroenterology, Coloproctology Unit

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0041-87812002000400009

Palabras clave:

Doenças inflamatórias intestinais, Terapia nutricional, Nutrição parenteral total, Nutrição enteral

Resumen

As doenças inflamatórias intestinais - retocolite ulcerativa inespecífica e doença de Crohn - são afecções inflamatórias gastrointestinais crônicas de causa ainda desconhecida. Caracterizam-se por diarréia crônica, malabsorção, síndrome do intestino curto, disfunção da barreira mucosa e processo inflamatório intestinal, fatores que determinam deficiências nutricionais e funcionais que ressaltam a importância da terapia nutricional em seu tratamento. As diversas formas de terapia nutricional visam corrigir os distúrbios nutricionais e modular à resposta inflamatória, podendo, desta forma, influir na atividade da doença. A nutrição parenteral total tem sido usada para corrigir os distúrbios nutricionais e proporcionar repouso intestinal na doença ativa. Seu uso deve ser reservado a pacientes que não podem tolerar a nutrição enteral. A nutrição enteral é efetiva em induzir remissão clínica da doença em adultos e promover crescimento em crianças. Devido à baixa incidência de complicações e menor custo, a nutrição enteral deve ser opção preferencial à nutrição parenteral total quando possível. Ambas apresentam igual efetividade na terapia primária na remissão da Doença de Crohn ativa. Embora a terapia nutricional possa melhorar a evolução de muitos pacientes, é necessária uma seleção criteriosa devido a seus custos e complicações, especialmente naqueles que requerem nutrição parenteral total. Recentes pesquisas têm se dedicado ao uso de nutrientes como agentes terapêuticos primários. A imunonutrição com ácidos graxos ômega-3 se constitui numa importante alternativa terapêutica no manuseio das doenças inflamatórias intestinais, modulando o processo inflamatório e modificando o perfil de produção de eicosanóides. Entretanto, a real eficácia deste e outros nutrientes (glutamina, ácidos graxos de cadeia curta) ainda necessitam de novas avaliações por estudos prospectivos, controlados e randomizados.

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Publicado

2002-08-01

Número

Sección

Reviews

Cómo citar

Campos, F. G., Waitzberg, D. L., Teixeira, M. G., Mucerino, D. R., Habr-Gama, A., & Kiss, D. R. (2002). Doenças inflamatórias intestinais: princípios da terapia nutricional . Revista Do Hospital Das Clínicas, 57(4), 187-198. https://doi.org/10.1590/S0041-87812002000400009