Opções terapêuticas para as hemartroses em pacientes hemofílicos graves
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2176-7262.rmrp.2022.196511Palavras-chave:
Hemofilia, Hemartrose, TerapêuticaResumo
Introdução: As hemofilias A e B são doenças congênitas raras, recessivas ligadas ao X, causadas por falta ou deficiência de fator de coagulação VIII (FVIII) ou IX (FIX), respectivamente. A terapêutica tem como conduta principal a reposição do fator de coagulação deficiente, podendo ser feita com fatores derivados de plasma humano ou recombinantes. Porém, apesar de possuir uma terapêutica, grande parte dos casos graves são sintomáticos e podem ter complicações, na sua maioria, nos músculos e nas articulações. Uma dessas desordens é a hemartrose. Essa manifestação tende a acometer principalmente
articulações do joelho, tornozelo ou cotovelo em cerca de 80% dos casos. Objetivo: descrever as principais formas de tratamento para sangramento articular em pacientes com hemofilia grave. Método: Trata-se de uma pesquisa qualitativa do tipo revisão integrativa para identificação de produções sobre temas associados a hemartrose e hemofilia grave. A busca dos artigos foi através das bases de dados PubMed, Scientific Electronic Library Online (SciELO) e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) com os seguintes descritores de busca: “hemarthrosis and hemophilia”; “joint diseases and hemophilia” e termos
correspondentes no português. Os critérios de inclusão foram os seguintes: a) artigos b) estar disponível em texto completo c) estudos disponíveis nos idiomas português, inglês ou espanhol d) ensaios clínicos randomizados e) artigos publicados
entre 2016 e 2021 f) artigos que contemplem hemartrose por hemofilia grave. Resultados: No total, foram encontrados 42 artigos nas bases de dados selecionadas; oito estavam duplicados e 25 foram excluídos por não serem ensaios clínicos
randomizados ou por não contemplarem a temática. Após leitura cuidadosa, foram identificados 9 artigos que atenderam aos critérios de inclusão e exclusão. Dos trabalhos elegíveis, um relatou sobre reposição de fator e oito artigos relataram sobre tratamento fisioterapêutico. Conclusão: A reposição de fatores para pacientes hemofílicos é essencial e, com base
nas informações obtidas, a reposição precoce é benéfica para o paciente, evitando complicações articulares. A profilaxia está indicada na hemofilia grave e seu principal objetivo é prevenir a hemartrose recorrente, que pode causar deformidades funcionais permanentes. Algumas intervenções fisioterapêuticas são indicadas para prevenir danos articulares em pacientes hemofílicos graves. Os achados mostram diversidade nas modalidades de fisioterapia empregadas. A prevenção total dos danos articulares ainda é um desafio. É necessária uma combinação de tratamentos e acompanhamento por equipe multidisciplinar de forma a garantir a saúde e qualidade de vida dos pacientes.
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