Experiência exitosa na implantação de projeto piloto de Farmácia Viva em Araraquara-SP

Resumo

O Programa Farmácia Viva (FV) foi planejado com o objetivo de produzir fitoterápicos de qualidade com garantia de segurança e eficácia a partir de plantas medicinais validadas, buscando oferecer uma opção terapêutica, além de desenvolver trabalhos educativos sobre o uso correto de plantas medicinais. Este artigo tem por objetivo descrever a implantação de projeto piloto de FV na Unidade de Saúde da Família (USF) de Araraquara, com a finalidade de oferecer a fitoterapia como recurso terapêutico, promovendo o uso racional de plantas medicinais na Atenção Primária à Saúde (APS), resgatando o saber popular e baseado no conhecimento científico. Foi realizado um levantamento das principais doenças que acometem a população local e, a partir daí, foram selecionadas as plantas medicinais do projeto. Posteriormente iniciou-se o preparo do terreno para cultivo das mudas. Concomitantemente, foram realizadas rodas de conversa, cursos e oficinas com a comunidade e a equipe de saúde da USF sobre preparo de mudas e uso racional de plantas medicinais. Os resultados mostraram que ansiedade, problemas respiratórios, gástricos e inflamação são as patologias que mais acometem a população local. As seguintes espécies foram selecionadas para serem cultivadas: Curcuma longa (cúrcuma), Cymbopogon citratus (capim limão), Lippia alba (lípia), Maytenus ilicifolia (espinheira santa), Mikania glomerata (guaco) e Plectrantus barbatus (boldo nacional), seguindo o Formulário Fitoterápico da Farmacopeia Brasileira. As rodas de conversa, oficinas e cursos possibilitaram à comunidade e equipe de saúde local o acesso às informações científicas, em linguagem simples, valorizando trocas de experiências, descrevendo as plantas medicinais, suas propriedades terapêuticas, forma de preparo, dosagem e contraindicações. As oficinas de chá permitiram aos participantes resgatar a memória afetiva da família, fator importante para o sucesso do projeto FV. A FV é um projeto social que tem demonstrado resgatar a autoestima da comunidade e a capacidade de orientar o uso racional de plantas medicinais, valorizando a fitoterapia como recurso terapêutico de escolha no sistema de saúde.