Análise epidemiológica das anomalias congênitas prioritárias para fins de vigilância ao nascimento em uma regional de saúde do Maranhão
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2176-7262.rmrp.2024.213020Palavras-chave:
Anomalias congênitas, Incidência, Epidemiologia, Estudos de séries temporais, Sistema de informação em saúdeResumo
Introdução: As anomalias congênitas prioritárias para fins de vigilância ao nascimento constituem um grupo de anomalias definidas pelo Ministério da Saúde do Brasil que podem ser identificadas oportunamente após o parto, principalmente por apresentarem características que facilitam a identificação pós-parto, bem como a tomada de condutas de forma precoce e a realização de terapêuticas adequadas. Objetivo: Determinar a tendência da incidência e caracterizar os casos de anomalias congênitas prioritárias para fins de vigilância ao nascimento em uma regional de saúde do sudoeste do Maranhão, Brasil. Métodos: Estudo ecológico, de séries temporais, realizado com dados sobre nascidos vivos com anomalias na Regional de Saúde de Imperatriz, Maranhão (2011-2020), a partir de dados do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos. A análise de tendência temporal das taxas de incidência foi realizada por regressões lineares de Prais-Winsten, por meio do software SPSS, na versão 24.0, a 5% de significância. Resultados: Foram 222 casos de anomalias prioritárias. Os defeitos de membros apresentaram maior incidência (0,88/1.000), com taxa de variação anual de -5,6 (IC95%: -15,7; 5,7) e p-valor estável de 0,35. Predominaram-se mulheres solteiras (69,36%), de até 29 anos de idade (72,98%), gestação a termo (77,03%) e única (95,94%). A maioria dos recém-nascidos eram do sexo masculino (60,81%), com peso adequado (70,72%) e cor parda (79,28%). Conclusão: A ocorrência de anomalias congênitas prioritárias no sudoeste do Maranhão apresentou-se estável, com predomínio dos defeitos de membros. A atenção ao pré-natal oportuniza o diagnóstico precoce, embora os dados demonstrem que as anomalias congênitas ainda são prevalentes.
Downloads
Referências
Brasil, Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise Epidemiológica e Vigilância de Doenças não Transmissíveis. Guia prático: diagnóstico de anomalias congênitas no pré-natal e ao nascimento, Brasília, 2022.
Brasil, Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise Epidemiológica e Vigilância de Doenças não Transmissíveis. Saúde Brasil 2020/2021: anomalias congênitas prioritárias para a vigilância ao nascimento, Brasília, 2021.
Brasil. Secretaria Geral. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Lei nº. 13.685, de 25 de junho de 2018, 2018. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13685.htm.
Cardoso-dos-Santos AC, Medeiro-de-Souza AC, Bremm JM, Alves RFS, Araújo VEM, Leite JCL, et al., Lista de anomalias congênitas prioritárias para vigilância no âmbito do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos do Brasil. Epidemiol. Serv. Saude, Brasília, 30(1):e2020835, 2021.
Reis LC, Barbian MH, Cardoso-dos-Santos AC, Silva EVL, Boquett JÁ, Faccini LS. Prevalence of congenital anomalies at birth among live births in the state of Maranhão from 2001 to 2016: temporal and spatial analysis. Rev Bras Epidemiol, 202, 24: E210020. supl.1, 2021.
Rouquayrol MZ, Silva MG. Rouquayrol: Epidemiologia & Saúde. 8. ed. Rio de Janeiro: MedBook, 2018.
Governo do Estado do Maranhão. Secretaria de Estado da Saúde do Maranhão. Unidades Regionais de Saúde. Maranhão, 2023. Disponível em: https://www.saude.ma.gov.br/unidades-regionais-de-saude/.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Cidade e Estados, 2023. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/cidades-e-estados.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise em Saúde e Vigilância de Doenças não Transmissíveis. Saúde Brasil 2019: uma análise da situação de saúde com enfoque nas doenças imunopreveníveis e na imunização. Brasília, 2019.
Wooldridge JM. Introductory econometrics: A modern Approach. 4. ed. Mason: South Western, 2009.
Antunes JLF, Cardoso MRA. Uso da análise de séries temporais em estudos epidemiológicos. Epidemiol. Serv. Saúde, Brasília, v. 24, n. 3, p. 565-576, set, 2015.
IBM Corp. Released 2016. IBM SPSS Statistics for Windows, Version 24.0. Armonk, NY: IBM Corp.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente. Boletim Epidemiológico. Análise da situação epidemiológica das anomalias congênitas no Brasil, 2010 a 2021, v. 54, n. 3, 2023.
Rampal V, Giuliano F. Forefoot malformations, deformities and other congenital defects in children. Orthopaedics & Traumatology: Surgery & Research 106 (2020) S115–S123.
Shibukawa BMC, Rissi GP, Higarashi IH, Oliveira RR. Factors associated with the presence of cleft lip and / or cleft palate in Brazilian newborns. Rev. Bras. Saude Mater. Infant. 19(4) oct-dec, 2019.
Miachon MD, LEME PLS. Surgical treatment of cleft lip. Rev. Col. Bras. Cir. 41(3): 208-215, 2014.
Nazaré KA, Oliveira IA, Duarte LC, Vieira LFS, Silva FCS, Fernandes EL, et al. Principais complicações funcionais e emocionais vivenciadas pelos portadores de fissuras orais não sindrômicas. Brazilian Journal of Surgery and Clinical Research – BJSCR. v. 35, n. 1, p. 121-125, jun-ago, 2021.
Tanikawa D, Alonso N. Fissuras Labiopalatais. In: Gemperli R, Munhoz AM, Marques Neto AZ. Fundamentos da cirurgia plástica. Rio de Janeiro (RJ): Thieme; Cap. 12, 2015.
Matos FGOZ, Santos KJJ, Baltazar MMM, Fernandes CAM, Marques AFJ, Luz MS. Epidemiological profile of labiopalatine clefts labiopalatine clefts in children cared for at a reference center in Paraná. Rev. Enferm. UFSM, Santa Maria, v. 10, p. 1-14, 2020.
Salcedo-Arteaga S, Schuler-Faccini, L. Revisão: exposição pré-natal e pesticidas. Rev. Univ. Ind. Santander. Salud vol. 54, Bucaramanga, dec-oct, 2022.
Cappellesso VR, Aguiar AP. Cardiopatias congênitas em crianças e adolescentes: caracterização clínico-epidemiológica em um hospital infantil de Manaus-AM. O Mundo da Saúde, São Paulo; 41(2):144-153, 2017.
Neves RAMD, Felicioni F, Ribeiro RS, Afonso ACB, Souza NB. Cardiopatias Congênitas: manifestações clínicas e tratamento. Revista Científica Online, v. 12, n. 1, 2020.
Nicola PDR, Cernach MCSP, Perez ABA, Brunoni D. A utilização da internet na notificação dos defeitos congênitos na Declaração de Nascido Vivo em quatro maternidades públicas do Município de São Paulo, Brasil. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 26(7):1383-1390, jul, 2010.
Meghan SZ, Smith AGC, Sable CA, Ecko MM, Wilner LB, Olsen HE, et al. Global, regional, and national burden of congenital heart disease, 1990–2017: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2017. Lancet Child Adolesc Health. 2020 mar;4(3):185-200.
Alhammad Z, Suliman I, Alotaibi S, Alnofaie H, Alsaadi W, Alhusseini S, et al. The prevalence of non-syndromic orofacial clefts and associated congenital heart diseases of a tertiary hospital in Riyadh, Saudi Arabia. Saudi Dent J, mar;33(3):137-142, 2021.
Luz GS, Karam SM, Dumith SC. Congenital anomalies in Rio Grande do Sul State: a time series analysis. Rev Bras Epidemiol, 22: e190040, 2019.
Pereira-Mata R, Franco A, Gago C, Pacheco A. Prenatal diagnosis of neural tube defects. Acta Obstet Ginecol Port; 12(2):134-144, 2018.
Zaganjor I, Sekkarie A, Tsang BL, Williams J, Razzaghi H, Mulinare J, et al. Describing the Prevalence of Neural Tube Defects Worldwide: A Systematic Literature Review. April 11, 2016.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Cadernos de Atenção Básica nº. 32. Atenção ao Pré-natal de baixo risco. Brasília, 2012.
Marinho F, Araújo VEM, Porto DL, Ferreira HL, Coelho MRS, Lecca RCR, et al. Microcephaly in Brazil: prevalence and characterization of cases from the Information System on Live Births (Sinasc), 2000-2015. Epidemiol. Serv. Saude, Brasília, 25(4):701-712, out-dez, 2016.
Pinto Junior EP, Luz LA, Guimarães MAP, Tavares LT, Brito TRS, Souza GDF. Prevalência e fatores associados às anomalias congênitas em recém-nascidos. Revista Brasileira em Promoção da Saúde, vol. 30, n. 3, 2017
Binsfeld L, Gomes MASM, Kuschnir R. Análise estratégica da atenção às malformações congênitas: proposta de abordagem para o desenho de linhas de cuidado. Ciência & Saúde Coletiva, 28(4):981-991, 2023.
Glinianaia SV, Morris JK, Best KE, Santoro M, Coi A, Armaroli A, et al. Long-term survival of children born with congenital anomalies: A systematic review and meta-analysis of population-based studies. PLoS Med. 2020;17(9):e1003356.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Hidário Lima da Silva, Ismália Cassandra Costa Maia Dias, Floriacy Stabnow S Santos, Leonardo Hunaldo dos Santos, Lívia Maia Pascoal, Marcelino Santos Neto, Janaína Miranda Bezerra

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Como Citar
Dados de financiamento
-
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
Números do Financiamento 001