Vírus sincicial respiratório e rinovírus humano causadores de pneumonia durante a pandemia da COVID-19 em crianças hospitalizadas em uma capital do nordeste brasileiro
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2176-7262.rmrp.2024.214744Palavras-chave:
Infecções por vírus respiratório sincicial, Pneumonia viral, Rhinovirus, Síndrome respiratória grave agudaResumo
Introdução: As infecções respiratórias agudas constituem-se como uma das principais causas de morbimortalidade no Brasil, sendo a pneumonia a grande responsável por essa alta taxa, sendo as crianças a faixa etária mais acometida. Objetivo: Caracterizar o perfil clínico e epidemiológico de crianças com infecções pelos Vírus Sincicial Respiratório (VSR) e Rinovírus Humano (RVH) atendidas em hospitais públicos no município de São Luís, Maranhão, Brasil. Métodos: Pesquisa retrospectiva com abordagem quantitativa realizada através de prontuários de pacientes pediátricos no período de março de 2020 a março de 2021, internadas em três hospitais públicos. A coleta foi a partir de check-list para obtenção de informações sociodemográficos, sintomatologia, exames, tratamento e desfecho (painel viral). Foi realizado o teste qui-quadrado para associação entre a variavel painel viral e os dados clínicos e epidemiológicos com p<0,20 e para a regressão de Poisson ajustada as variáveis significante considerou-se p<0,05. Resultados: 91,93% dos casos foi ocasionado por VSR, sendo que 83,87% ocorreram em São Luís (p=0,02 quando associado ao painel viral), frequentes em mulheres (56,45%) e prevalente na faixa etária entre 2 a 11 meses (46,77%). A tosse (91,94%) e febre (75,81%) foram os sinais e sintomas mais comuns, e a dor abdominal apresentou associação estatistíca com o painel viral (p=0,02). A prematuridade foi a comorbidade mais ocorrente (9,68%). O exame de imagem, Raio-X (54,84%) e laboratorial, hemograma (93,55%), foram os mais realizados. Antibioticoterapia foi usada em 96,77% e todos os casos evoluiram para óbito, associado a hemorragia (96,77%). Entretanto, na análise de regressão ajustada, não observou associação entre o VSR e RVH e as variaveis clínicas e epidemiológicas. Conclusão: O VSR é um agente causador de infecções respiratórias graves em crianças e lactentes e circulava durante o período pandêmico da COVID-19, sendo de extrema relevância a diferenciação desses agentes. Os dados obtidos permitem traçar estratégias efetivas de prevenção, controle e tratamento dessas doenças, evitando o uso abusivo de medicamentos e a diminuição dos índices de morbimortalidade em crianças.
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