Identificação dos casos de intoxicações e de internações hospitalares de pacientes com transtornos mentais e comportamentais causados por substâncias psicoativas
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2176-7262.rmrp.2024.216783Palavras-chave:
Alcoolismo, Drogas Ilícitas, Hospitalização, Intoxicação, Transtornos relacionados ao uso de substânciasResumo
A intoxicação caracteriza-se como uma manifestação clínica de efeito nocivo produzido em um organismo vivo como resultado da interação de um agente tóxico com esse organismo. Este estudo teve como objetivo identificar o perfil dos pacientes intoxicados atendidos em um complexo de saúde e caracterizar os pacientes internados por uso de substâncias psicoativas, do estado de Minas Gerais, comparando o antes e durante a pandemia da COVID-19. Para o alcance do objetivo esta pesquisa foi desenvolvida em duas etapas. Na primeira etapa, trata-se de um estudo transversal baseado nos dados coletados a partir de prontuários de pacientes intoxicados, atendidos em um Complexo de Saúde localizado no município de Divinópolis-MG. Enquanto que na segunda etapa, utilizou-se o Sistema de Internação Hospitalar (SIH-SUS), de acesso público, em que os dados de pacientes com transtornos mentais e comportamentais internados por uso de substâncias psicoativas foram analisados de forma quantitativa, com ênfase no estado de Minas Gerais, disponível em https://datasus.saude.gov.br/. A primeira etapa foi realizada no período de janeiro de 2018 a março de 2022 e a segunda até dezembro de 2022. Durante o período do estudo no Complexo de Saúde, foram analisados 768 prontuários médicos, sendo identificados 65 casos de intoxicações, sendo a maioria dos casos de intoxicações crônicas (n=58, 89,23%), que resultaram dos seguintes toxicantes: álcool n=32, 55,17%, tabaco n= 29, 50%, maconha n=06, 10,34%, crack e cocaína n=12, 20,69. Pode-se observar os casos de intoxicações registradas por ano de atendimento no Complexo de Saúde, em Divinópolis, nos anos de 2018 (n= 4, 6,15%), 2019 (n=15, 23,08%), 2020 (n=14, 21,54%), 2021 (n= 12, 18,46%) e 2022 (n= 20,30,77%). Em comparação, observou-se que nos anos durante a pandemia do COVID-19, durante 2020 e 2021 (n=26), houve um aumento nos casos de intoxicações, em relação aos anos, 2018 e 2019 (n=19) antes da pandemia. Em contrapartida, quanto aos dados do SIH-SUS, evidenciaram uma diminuição de n= 581 (13,88%) dos casos de internação nos anos de 2020 a 2021, em relação aos anos de 2018 a 2019. Esses resultados demonstraram que, na pandemia, houve queda nos casos de notificações de intoxicações, ou possíveis subnotificações. A elaboração de medidas para promover a saúde e a prevenção às intoxicações são fatores indispensáveis para mudar essa realidade, soluções devem ser tomadas, tais como: ação social, conscientização sobre o uso abuso dessas substâncias, além de ações que promovam a saúde mental desses pacientes.
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