Sentimentos que acometem os pais de crianças com malformação congênitas no período puerperal
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2176-7262.rmrp.2024.210430Palavras-chave:
Anormalidades congênitas, Emoções, Pais, Poder familiar, Período pós-partoResumo
As reações processuais vividas pelas famílias diante do nascimento de um bebê com anomalia congênita e a aceitação das condições físicas, estruturais, funcionais e anatômicas da criança é um processo dinâmico e desafiador. Objetivo: analisar e sintetizar o conhecimento produzido quanto aos sentimentos que acometem os pais de crianças com anomalias congênitas no período puerperal. Método: Trata-se de uma revisão de escopo, realizada por meio da pergunta norteadora: “Quais os sentimentos acometem os pais de crianças com malformação congênita no período puerperal?” Nas bases de dados BVS (Biblioteca Virtual de Saúde), Medline (Medical Literature Analysis and Retrieval System Online), Lilacs (Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde) e BDENF (Base de dados de Enfermagem). Entre os 693 foram excluídos, 19 foram inclusos na amostra por cumprirem critérios de inclusão. Resultados: Fizeram parte da amostra 19 estudos que demonstram que os sentimentos dos pais de crianças com anomalias congênitas na gestação e no puerpério são manifestados por ansiedade, medo, depressão, sobrecarga emocional, luto, choro, sofrimento, desespero, raiva, solidão, exclusão, tristeza, surpresa, angústia, estresse, negação, sintomatologia psicopatológica, ideação suicida, rejeição, dúvida, preocupação, alterações psicológicas e insegurança. Conclusão: cabe ao sistema a construção de políticas públicas e estratégias de capacitação dos trabalhadores da saúde, para que de forma multiprofissional estejam preparados para acolher essa demanda.
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