ERICA: início da vida sexual e contracepção em adolescentes brasileiros

Autores

  • Ana Luiza Vilela Borges Universidade de São Paulo; Escola de Enfermagem; Departamento de Enfermagem em Saúde Coletiva
  • Elizabeth Fujimori Universidade de São Paulo; Escola de Enfermagem; Departamento de Enfermagem em Saúde Coletiva
  • Maria Cristina Caetano Kuschnir Universidade do Estado do Rio de Janeiro; Núcleo de Estudos da Saúde do Adolescente
  • Christiane Borges do Nascimento Chofakian Universidade de São Paulo; Escola de Enfermagem
  • Ana Júlia Pantoja de Moraes Universidade Federal do Pará; Faculdade de Medicina
  • George Dantas Azevedo Universidade Federal do Rio Grande do Norte; Centro de Biociências; Departamento de Morfologia
  • Karine Ferreira dos Santos Universidade Federal de Minas Gerais; Faculdade de Medicina
  • Mauricio Teixeira Leite de Vasconcellos Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística; Escola Nacional de Ciências Estatísticas

DOI:

https://doi.org/10.1590/S01518-8787.2016050006686

Resumo

OBJETIVO Estimar prevalências de iniciação sexual e uso de métodos contraceptivos na última relação sexual de adolescentes brasileiros, segundo características sociodemográficas. MÉTODOS Os dados foram obtidos do Estudo de Riscos Cardiovasculares em Adolescentes (ERICA), estudo transversal nacional de base escolar. Foram incluídos 74.589 adolescentes provenientes de 32 estratos geográficos (27 capitais e cinco conjuntos de municípios com mais de 100 mil habitantes de cada uma das cinco macrorregiões do País). Utilizaram-se informações sobre iniciação sexual e uso de métodos contraceptivos na última relação sexual (preservativo masculino e pílula anticonceptiva oral). Estimaram-se prevalências e intervalos de confiança (IC95%) das variáveis de interesse considerando pesos amostrais e segundo sexo, idade, tipo de escola, situação de residência, macrorregião e capitais. RESULTADOS Observou-se que 28,1% (IC95% 27,0-29,2) dos adolescentes tinham iniciado a vida sexual, com maior prevalência naqueles com 17 anos (56,4%, IC95% 53,9-58,9), no sexo masculino (33,5%, IC95% 31,8-35,2), em escolas públicas (29,9%, IC95% 28,5-31,4) e na região Norte (33,9%, IC95% 32,3-35,4), destacando-se em Macapá, Manaus e Rio Branco. Entre adolescentes que tinham iniciado a vida sexual, 82,3% (IC95% 81,1-83,4) referiram uso de métodos contraceptivos na última relação sexual, sendo a prevalência de uso maior entre adolescentes com 17 anos de idade (85,3%, IC95% 82,7-87,6), mulheres (85,2%, IC95%:83,8-86,5) e residentes na região Sul (85,9%, IC95% 82,9-88,5). O preservativo masculino foi usado por 68,8% (IC95% 66,9-70,7), sem diferença por tipo de escola ou macrorregiões. Pílula anticoncepcional foi utilizada por 13,4% (IC95% 12,2-14,6), sendo mais frequente entre mulheres (24,7%, IC95% 22,5-27,0), adolescentes de 17 anos (20,8%, IC95% 18,2-23,6), da área urbana (13,7%, IC95% 12,5-14,9) e da região Sul (22,6%, IC95% 19,0-26,8), e menos frequente na região Norte. CONCLUSÕES A análise dos dados sobre sexualidade e contracepção do ERICA mostra que há heterogeneidades nas prevalências de iniciação sexual e uso de métodos contraceptivos entre os adolescentes brasileiros, a depender de sua idade, de onde vivem e do tipo de escola que frequentam. Adolescentes mais novos e residentes na região Norte parecem ser os mais vulneráveis às consequências das práticas sexuais não protegidas.

Publicado

2016-02-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Borges, A. L. V., Fujimori, E., Kuschnir, M. C. C., Chofakian, C. B. do N., Moraes, A. J. P. de, Azevedo, G. D., Santos, K. F. dos, & Vasconcellos, M. T. L. de. (2016). ERICA: início da vida sexual e contracepção em adolescentes brasileiros . Revista De Saúde Pública, 50(suppl. 1), 15s. https://doi.org/10.1590/S01518-8787.2016050006686