O arranjo público privado e a mortalidade hospitalar por fontes de pagamento

Autores

  • Juliana Pires Machado Agência Nacional de Saúde Suplementar
  • Mônica Martins Fundação Oswaldo Cruz; Escola Nacional de Saúde Pública; Departamento de Administração e Planejamento em Saúde
  • Iuri da Costa Leite Fundação Oswaldo Cruz; Escola Nacional de Saúde Pública; Departamento de Epidemiologia e Métodos Quantitativos em Saúde

DOI:

https://doi.org/10.1590/s1518-8787.2016050006330

Resumo

OBJETIVO Analisar se a mortalidade hospitalar ajustada varia segundo fonte de pagamento das internações, natureza jurídica e arranjo de financiamento dos hospitais. MÉTODOS Estudo observacional transversal com fonte de informações em bases de dados administrativos. Motivos de internação específicos foram selecionados considerando o volume de internações e a lista de indicadores de qualidade propostos pela agência norte-americana de pesquisa em saúde e qualidade (AHRQ). Foram analisadas 852.864 internações em adultos, ocorridas em 789 hospitais entre 2008 e 2010, em São Paulo e Rio Grande do Sul, aplicando regressão logística multinível. RESULTADOS No nível da internação, apresentaram maiores chances de óbito pacientes do sexo masculino, em faixas etárias mais avançadas, com comorbidade, que utilizaram unidade de terapia intensiva, e tinham o Sistema Único de Saúde como fonte de pagamento. No nível dos hospitais, naqueles situados na média da distribuição, a probabilidade de morte ajustada nas internações financiadas por plano ou particular foi de 5,0%, contra 9,0% quando reembolsadas pelo Sistema Único de Saúde. Essa probabilidade aumentou nas internações financiadas pelo Sistema Único de Saúde em hospitais a dois desvios padrão acima da média, passando para 29,0%. CONCLUSÕES Além das características estruturais dos hospitais e do perfil dos pacientes, intervenções voltadas para a melhoria do cuidado deveriam considerar também a cobertura da população por planos de saúde, a rede compartilhada entre beneficiários de planos e usuários do Sistema Único de Saúde, o padrão de atendimento às diversas fontes de pagamento pelos hospitais e, fundamentalmente, como esses fatores influenciam o desempenho clínico.

Publicado

2016-01-01

Edição

Seção

Prática de Saúde Pública

Como Citar

Machado, J. P., Martins, M., & Leite, I. da C. (2016). O arranjo público privado e a mortalidade hospitalar por fontes de pagamento . Revista De Saúde Pública, 50, 42. https://doi.org/10.1590/s1518-8787.2016050006330