Fatores associados à tuberculose resistente no Espírito Santo, Brasil

Autores

  • Geisa Fregona Universidade Federal do Espírito Santo; Hospital Universitário Cassiano Antônio de Moraes
  • Lorrayne Belique Cosme Universidade Federal do Espírito Santo
  • Cláudia Maria Marques Moreira Universidade Federal do Espírito Santo
  • José Luis Bussular Prefeitura Municipal de Vila Velha; Laboratório de Micobacteriologia
  • Valdério do Valle Dettoni Universidade Federal do Espírito Santo; Centro de Ciências da Saúde; Departamento de Clínica Médica
  • Margareth Pretti Dalcolmo Fundação Oswaldo Cruz; Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca; Centro de Referência Professor Hélio Fraga
  • Eliana Zandonade Universidade Federal do Espírito Santo; Departamento de Estatística
  • Ethel Leonor Noia Maciel Universidade Federal do Espírito Santo; Departamento de Enfermagem

DOI:

https://doi.org/10.1590/s1518-8787.2017051006688

Palavras-chave:

Tuberculose Resistente a Múltiplos Medicamentos, epidemiologia, Farmacorresistência Bacteriana Múltipla, Recidiva, Fatores de Risco, Fatores Socioeconômicos

Resumo

OBJETIVO Analisar a prevalência e fatores associados à tuberculose resistente no Espírito Santo. MÉTODOS Estudo transversal dos casos de tuberculose testados para fármacos de primeira linha (isoniazida, rifampicina, pirazinamida, etambutol e estreptomicina) no Espírito Santo entre 2002 e 2012. Foram utilizados dados laboratoriais e de registro de casos de tuberculose – Sistema Nacional de Agravos de Notificação e Sistema para Tratamentos Especiais de Tuberculose. Os indivíduos foram classificados em resistentes e não resistentes, e comparados para variáveis sociodemográficas, clínicas e epidemiológicas. Algumas variáveis foram inclusas em um modelo de regressão logística para estabelecimento de fatores associados à resistência. RESULTADOS No período do estudo, 1.669 indivíduos tiveram o teste de sensibilidade aos fármacos antituberculose realizado. Destes, 10,6% apresentaram resistência a qualquer droga antituberculose. A taxa de multirresistência observada, isto é, à rifampicina e isoniazida, foi de 5%. Após a análise múltipla, foram identificados como fatores associados independentes para tuberculose resistente: história de tratamento prévio para tuberculose [Recidiva (OR = 7,72; IC95% 4,24–14,05) e reingresso após abandono (OR = 3,91; IC95% 1,81–8,43)], tabagismo (OR = 3,93; IC95% 1,98–7,79) e cultura positiva para Mycobacterium tuberculosis no momento da notificação do caso (OR = 3,22; IC95% 1,15–8,99). CONCLUSÕES É necessário o fortalecimento da parceria entre os programas de controle de tuberculose e as equipes de saúde que atuam na rede de Atenção Primária à Saúde. Isso possibilitaria identificar e acompanhar indivíduos com história de tratamento prévio para tuberculose e tabagismo. Além disso, a ampliação da oferta de cultura e Teste de Sensibilidade a fármacos antituberculose proporcionaria maior capacidade diagnóstica para as formas resistentes no Espírito Santo.

Publicado

2017-01-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Fregona, G., Cosme, L. B., Moreira, C. M. M., Bussular, J. L., Dettoni, V. do V., Dalcolmo, M. P., Zandonade, E., & Maciel, E. L. N. (2017). Fatores associados à tuberculose resistente no Espírito Santo, Brasil. Revista De Saúde Pública, 51, 41. https://doi.org/10.1590/s1518-8787.2017051006688