Poluição do ar e hospitalizações na maior metrópole brasileira

Autores

  • Nelson Gouveia Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina. Departamento de Medicina Preventiva
  • Flavia Prado Corrallo Coordenadoria de Vigilância a Saúde do Município de Diadema. Núcleo de Vigilância em Saúde Ambiental.
  • Antônio Carlos Ponce de Leon Universidade Estadual do Rio de Janeiro. Instituto de Medicina Social
  • Washington Junger Universidade Estadual do Rio de Janeiro. Instituto de Medicina Social
  • Clarice Umbelino de Freitas Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina. Hospital das Clinicas. Laboratório de Investigação Médica – LIM 39

DOI:

https://doi.org/10.11606/S1518-8787.2017051000223

Palavras-chave:

Poluição do Ar, efeitos adversos. Doenças Respiratórias, epidemiologia. Doenças Cardiovasculares, epidemiologia. Metanálise.

Resumo

OBJETIVO: Avaliar o impacto da poluição do ar na maior metrópole brasileira sobre as internações por doenças respiratórias e cardiovasculares. MÉTODOS: Foi realizado estudo com dados das estações de monitoramento de nove municípios da Região Metropolitana de São Paulo, tendo o PM10 como indicador de poluição e as internações por doenças respiratórias e cardiovasculares como indicadores de efeito. Para cada município foi realizada uma análise de séries temporais usando modelos explicativos para contagens de internações ao longo do tempo via regressão de Poisson semi-paramétrica. Os resultados foram combinados em uma meta-análise de modo a estimar o risco global do PM10 na Região Metropolitana de São Paulo. RESULTADOS: Todos os municípios apresentaram estimativas estatisticamente significantes para as hospitalizações por doenças respiratórias com exceção de Santo André e Taboão da Serra. Os riscos relativos de admissão hospitalar para um aumento de 10 µg/m3 nos níveis de PM10 variaram de 1,011 (IC95% 1,009–1,013) para São Paulo a 1,032 (IC95% 1,024–1,040) em São Bernardo do Campo, para doenças respiratórias totais. O risco de internação por doenças respiratórias em crianças variou de 1,009 (IC95% 1,001–1,017) em Santo André a 1,077 (IC95% 1,056–1,098) em Mauá. Somente São Paulo e São Bernardo do Campo apresentaram resultados positivos e estatisticamente significantes para internações por doenças cardiovasculares. CONCLUSÕES: Esse é o primeiro estudo a estimar o risco de adoecimento devido à poluição do ar no conjunto de municípios da Região Metropolitana de São Paulo. As estimativas globais do efeito da exposição à poluição na região indicaram associações somente com as doenças respiratórias. Apenas São Paulo e de São Bernardo do Campo mostraram associação entre os níveis de PM10 e as internações por doenças cardiovasculares.

Publicado

2017-12-04

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Gouveia, N., Corrallo, F. P., Ponce de Leon, A. C., Junger, W., & Freitas, C. U. de. (2017). Poluição do ar e hospitalizações na maior metrópole brasileira. Revista De Saúde Pública, 51, 117. https://doi.org/10.11606/S1518-8787.2017051000223