Obesidade geral e abdominal em adultos residentes em zona rural no Sul do Brasil

Autores

  • Thais Martins-Silva Universidade Federal de Pelotas. Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia
  • Christian Loret de Mola Universidade Federal de Pelotas. Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia
  • Juliana dos Santos Vaz Universidade Federal de Pelotas. Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia
  • Luciana Tovo-Rodrigues Universidade Federal de Pelotas. Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia

DOI:

https://doi.org/10.11606/S1518-8787.2018052000264

Palavras-chave:

Adulto. Obesidade. Obesidade Abdominal, Epidemiologia. Índice de Massa Corporal. Circunferência da Cintura. Fatores de Risco. População Rural.

Resumo

OBJETIVO: Avaliar a prevalência de obesidade geral, abdominal e concomitância de ambos os desfechos e seus determinantes em adultos residentes na zona rural. MÉTODOS: Este estudo transversal de base populacional foi conduzido em município de médio porte da região Sul do Brasil. Três desfechos foram avaliados: obesidade geral (índice de massa corporal ≥ 30 kg/m²), abdominal (circunferência da cintura ≥ 102 cm e ≥ 88 cm em homens e mulheres, respectivamente) e concomitância de ambas, classificada em: sem risco; apenas um fator de risco; e fatores agregados. Foram realizadas análises brutas e ajustadas por regressão de Poisson para cada desfecho de obesidade e regressão logística multinomial para o risco metabólico. Características demográficas e socioeconômicas foram consideradas como variáveis independentes. RESULTADOS: Foram incluídos no estudo 1.433 indivíduos. Desses, 29,5% apresentaram obesidade geral e 37,8%, abdominal. A presença de um fator de risco foi observada em 15,8% da amostra, enquanto 25,8% apresentaram fatores agregados. O risco de obesidade geral, abdominal e a concomitância dos desfechos aumentaram significativamente com a idade, em ambos os sexos. Homens mais ricos apresentaram risco aumentado para obesidade geral (RP = 1,7; IC95% 1,0–2,9), abdominal (RP = 1,8; IC95% 1,1–2,9) e fatores agregados (RO = 1,9; IC95% 1,4–5,8). Ter 12 anos ou mais de estudo se mostrou fator de proteção para mulheres em relação à obesidade abdominal (RP=0,4; IC95% 0,2–0,8) e fatores agregados (RO = 0,2; IC95% 0,05–0,7). Realizar atividade rural reduziu o risco de obesidade geral (RP = 0,6; IC95% 0,5–0,8) e fatores agregados (RO = 0,5; IC95% 0,3–0,8) em mulheres, e de obesidade abdominal (RP = 0,6; IC95% 0,5–0,8) e presença de um fator de risco (RO = 0,5; IC95% 0,3–0,7), em homens. Cor da pele e tempo de vida residido na zona rural não foram estatisticamente associados aos desfechos estudados. CONCLUSÕES: Altas prevalências de obesidade geral e abdominal foram observadas nessa população, condizentes com os valores encontrados em populações urbanas. Entretanto, a realização de atividades rurais mostrou-se um fator de proteção para os desfechos de obesidade.

Biografia do Autor

  • Christian Loret de Mola, Universidade Federal de Pelotas. Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia

    Universidade Federal de Pelotas. Faculdade de Enfermagem

  • Juliana dos Santos Vaz, Universidade Federal de Pelotas. Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia

    Universidade Federal de Pelotas. Faculdade de Nutrição

Publicado

2018-09-06

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Martins-Silva, T., Mola, C. L. de, Vaz, J. dos S., & Tovo-Rodrigues, L. (2018). Obesidade geral e abdominal em adultos residentes em zona rural no Sul do Brasil. Revista De Saúde Pública, 52(supl.1), 7s. https://doi.org/10.11606/S1518-8787.2018052000264