Epidemiologia do tabagismo em zona rural de um município de médio porte no Sul do Brasil

Autores

  • Mariana Otero Xavier Universidade Federal de Pelotas. Faculdade de Medicina. Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia
  • Bianca Del-Ponte Universidade Federal de Pelotas. Faculdade de Medicina. Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia
  • Iná S Santos Universidade Federal de Pelotas. Faculdade de Medicina. Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia. Departamento de Medicina Social

DOI:

https://doi.org/10.11606/S1518-8787.2018052000269

Palavras-chave:

Adulto. Tabagismo, epidemiologia. Fatores de Risco. Fatores Socioeconômicos. População Rural

Resumo

OBJETIVO: Estimar a prevalência de tabagismo e fatores associados entre moradores de zona rural. MÉTODOS: Estudo transversal de base populacional realizado com 1.519 indivíduos, em 2016. Foram aleatoriamente selecionados 24 dos 50 setores censitários que compõem os oito distritos rurais do município de Pelotas, RS. Indivíduos ≥ 18 anos residentes nos domicílios aleatoriamente selecionados eram elegíveis. Foram considerados tabagistas aqueles que fumavam ≥ 1 cigarro/dia há pelo menos um mês ou que declararam haver parado de fumar há menos de um mês. As variáveis independentes incluíram características socioeconômicas, demográficas, comportamentais e de saúde. Foram investigados: idade de início, duração da adição, número de cigarros fumados/dia, carga tabágica e tipos de cigarros consumidos. Foi realizada regressão de Poisson para cálculo das razões de prevalências (RP) ajustadas e intervalos de confiança de 95% (IC95%). RESULTADOS: A prevalência de tabagismo foi 16,6% (IC95% 13,6–20,0), sendo duas vezes maior nos homens do que nas mulheres (RP = 1,99; IC95% 1,44–2,74), na classe econômica D ou E do que na A ou B (RP = 2,23; IC95% 1,37–3,62) e naqueles que consideraram sua saúde ruim ou muito ruim, comparados àqueles que a consideraram muito boa ou boa (RP = 2,02; IC95% 1,33–3,08). Também foi superior em pessoas com 30–59 anos (comparadas àquelas com < 30 anos), com 5–8 anos de escolaridade (comparados às pessoas com ≥ 9 anos), e com rastreio positivo para transtorno relacionado ao consumo de álcool. A prevalência foi menor entre indivíduos com sobrepeso ou obesidade, em comparação aos eutróficos. O tabagismo iniciou em média aos 16,9 anos, com consumo médio de cerca de 14 cigarros/dia e carga tabágica média de 22 maços/ano. O cigarro de papel enrolado à mão foi o mais consumido (57,6%). CONCLUSÕES: Aproximadamente um em cada seis adultos da zona rural de Pelotas é fumante atual. Os achados evidenciam a existência de desigualdades sociais relacionadas à adição tabágica. Ações de prevenção e controle do tabagismo devem continuar sendo estimuladas, sobretudo nos subgrupos mais vulneráveis.

Publicado

2018-09-06

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Xavier, M. O., Del-Ponte, B., & Santos, I. S. (2018). Epidemiologia do tabagismo em zona rural de um município de médio porte no Sul do Brasil. Revista De Saúde Pública, 52(supl.1), 10s. https://doi.org/10.11606/S1518-8787.2018052000269