Caracterização de mulheres com câncer cervical atendidas no Inca por tipo histológico
DOI:
https://doi.org/10.11606/S1518-8787.2019053001218Palavras-chave:
Neoplasias do Colo do Útero, epidemiologia, Teste de Papanicolaou, classificação, História Reprodutiva, Fatores de Risco, Fatores SocioeconômicosResumo
OBJETIVO: Determinar a distribuição das características sociodemográficas, reprodutivas, clínicas e de hábitos de vida na coorte de mulheres diagnosticadas com câncer cervical, atendidas no Inca entre 2012 e 2014, segundo o tipo histológico. MÉTODOS: Estudo observacional retrospectivo de uma coorte hospitalar de 1.004 mulheres diagnosticadas com câncer cervical. Os dados foram obtidos pelo Registro Hospitalar de Câncer do Inca, prontuários físicos e eletrônicos. RESULTADOS: O tipo histológico mais frequente foi o carcinoma de células escamosas (83,9%). Aproximadamente 70% das mulheres foram diagnosticadas com mais de 40 anos de idade. Houve a predominância de mulheres não brancas (67,4%), com menos de 8 anos de escolaridade (51,9%), com início da atividade sexual até 16 anos de idade (40,7%), que já engravidaram alguma vez na vida (95,5%), com mais de uma gestação (82,9%) e mais de dois filhos (52,7%); 45,8% das mulheres eram tabagistas ou ex-tabagistas. O adenocarcinoma cervical esteve positivamente associado ao estadiamento mais precoce (IA-IIA) (OR = 1,79; IC95% 1,03–3,13), assim como a mulheres com ≥ 12 anos de estudo (OR = 6,30; IC95% 1,97–20,13), que não tiveram filhos (OR = 3,81; IC95% 1,20–12,08) ou que tiveram até dois filhos (OR = 1,74; IC95% 1,05–2,87). CONCLUSÕES: Destaca-se a diferença entre os tipos histológicos, sugerindo que as mulheres com adenocarcinoma cervical possam representar uma entidade clínica distinta de neoplasia cervical, podendo demandar abordagens diferentes das utilizadas no carcinoma de células escamosas.