Yellow fever: profile of cases and factors associated with death in a hospital in the State of Rio de Janeiro, 2017–2018

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/s1518-8787.2019053001434

Palavras-chave:

Febre Amarela, epidemiologia, Mortalidade Hospitalar, Fatores de Risco, Epidemiologia Descritiva

Resumo

OBJETIVO: Descrever o perfil clínico-epidemiológico dos casos confirmados de febre amarela internados em hospital geral de referência para doenças infecciosas no estado do Rio de Janeiro, Brasil, de 11 de março de 2017 a 15 de junho de 2018, durante recente surto e fatores associados ao óbito. MÉTODOS: Estudo observacional retrospectivo, com análise de bases de dados secundários da vigilância epidemiológica local e coleta complementar de dados nas fichas de investigação epidemiológica e prontuários clínicos. As variáveis analisadas incluíram dados demográficos, epidemiológicos, clínicos e laboratoriais. Foi conduzida análise estatística descritiva bivariada e múltipla por regressão logística para estudo de fatores associados ao óbito. RESULTADOS: Foram internados 52 casos confirmados, 86,5% deles homens, com mediana de idade de 49,5 anos e 40,4% trabalhadores rurais. Os sinais e sintomas mais frequentes foram: febre (90,4%), icterícia (86,5%), náuseas e/ou vômitos (69,2%), alterações de excreção renal (53,8%), hemorragias (50%) e dor abdominal (48,1%), com comorbidade em 38,5% dos casos. A letalidade foi de 40,4%. Os fatores associados significativamente à maior chance de óbito na análise bivariada foram: hemorragia, alterações de excreção renal e valores máximos de bilirrubina direta, aspartato aminotransferase (AST), alanina aminotransferase (ALT), ureia e creatinina. Na análise múltipla por regressão logística, apenas alterações de excreção renal e ALT permaneceram como preditores significativos de maior chance de óbito. Observou-se ainda efeito limítrofe para AST. Os pontos de corte identificados como de alto risco para óbito foram ALT > 4.000 U/L e AST > 6.000 U/L. CONCLUSÕES: O estudo contribuiu para o conhecimento do perfil de casos confirmados de febre amarela com gravidade alta. Os principais fatores associados ao óbito foram a alteração da excreção renal e a elevação sérica de transaminases, sobretudo a ALT. A letalidade elevada reforça a necessidade de diagnóstico e tratamento precoces, e a importância do incremento da cobertura vacinal.

Publicado

2019-10-21

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Escosteguy, C. C., Pereira, A. G. L., Marques, M. R. V. E., Lima, T. R. de A., Galliez, R. M., & Medronho, R. de A. (2019). Yellow fever: profile of cases and factors associated with death in a hospital in the State of Rio de Janeiro, 2017–2018. Revista De Saúde Pública, 53, 89. https://doi.org/10.11606/s1518-8787.2019053001434