Efeito do programa Melhor em Casa sobre os gastos hospitalares
DOI:
https://doi.org/10.11606/s1518-8787.2019053000859Palavras-chave:
Serviços de Assistência Domiciliar, economia, Custos de Cuidados de Saúde, Avaliação de Programas e Projetos de Saúde, Sistema Único de SaúdeResumo
OBJETIVO: Verificar se o programa Melhor em Casa consegue reduzir gastos com as internações hospitalares. MÉTODOS: Utilizamos como estratégia empírica um desenho de regressão descontínua, o que reduz problemas de endogeneidade de nosso modelo. Realizamos também testes de respostas heterogêneas e de robustez. Os dados da variável dependente, despesas ou gastos com internações hospitalares, foram coletados no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (Datasus), usando o conjunto de microdados do Sistema de Internações Hospitalares do Sistema Único de Saúde referente ao período de 2010 a 2013, totalizando 3.609.384 observações nos três anos de análise. As covariáveis ou variáveis de controle utilizadas foram a idade e os gastos com pacientes na unidade de terapia intensiva, também coletadas no Datasus e referentes ao mesmo período. RESULTADOS: Os resultados apontam que o efeito do programa Melhor em Casa efetivamente reduziu os gastos com internações hospitalares em aproximadamente 4,7% em 2011, 5,8% em 2012 e 10,2% em 2013. CONCLUSÕES: A partir das análises, observamos que manter o programa é uma forma altamente eficaz de melhorar a gestão de recursos públicos, pois conseguiu reduzir as despesas com as internações nos três anos em análise. O programa obteve redução nas despesas com internação dos grupos de risco e também em situações que elevam as despesas hospitalares, como falta de equipamentos e internações eletivas. Assim, pode-se afirmar que o programa consegue reduzir as despesas com as internações, principalmente nos grupos com maior vulnerabilidade, mostrando-se eficiente como política pública.