Fragilidade em idosos comunitários
comparando instrumentos de triagem
DOI:
https://doi.org/10.11606/s1518-8787.2020054002114Palavras-chave:
Idoso, Fragilidade, Epidemiologia, Reprodutibilidade dos Testes, Fatores de Risco, Inquéritos Epidemiológicos, InstrumentaçãoResumo
OBJETIVO: Comparar os instrumentos Edmonton Frail Scale (EFS) e Índice de Vulnerabilidade Clínico-Funcional-20 (IVCF-20) quanto ao grau de concordância e de correlação, bem como comparar modelos descritivos com variáveis associadas à fragilidade em idosos brasileiros comunitários. MÉTODOS: Estudo transversal, aninhado a uma coorte de base populacional e domiciliar. A amostragem na linha de base foi probabilística, por conglomerados, em dois estágios. No primeiro, utilizou-se como unidade amostral o setor censitário. No segundo, definiu-se o número de domicílios segundo a densidade populacional de indivíduos com idade ≥ a 60 anos. A estatística Kappa analisou a concordância, e o coeficiente de Pearson avaliou a correlação entre os instrumentos. Os fatores associados à fragilidade e ao alto risco de vulnerabilidade clínicofuncional foram identificados por análise múltipla de regressão de Poisson com variância robusta. RESULTADOS: A estatística Kappa foi 0,599, e o coeficiente de correlação de Pearson foi de 0,755 (p < 0,001). A prevalência da fragilidade foi de 28,2% pela EFS, e a prevalência do alto risco de vulnerabilidade clínico-funcional foi de 19,5% pelo IVCF-20. As variáveis associadas à fragilidade, após análise múltipla, em ambos os instrumentos, foram: idade igual ou superior a 80 anos, histórico de acidente vascular encefálico, polifarmácia, autopercepção negativa de saúde, queda nos últimos 12 meses e internação nos últimos 12 meses. Escolaridade inferior a quatro anos, doença osteoarticular e perda de peso foram associadas a fragilidade apenas pela EFS, enquanto possuir cuidador esteve associado a alto risco de vulnerabilidade clínicofuncional somente pelo IVCF-20. CONCLUSÕES: Embora as análises revelem concordância moderada e forte correlação positiva entre os instrumentos, a prevalência de fragilidade apontada é discrepante. O resultado destaca a necessidade de padronizar o instrumento para aferir a fragilidade em idosos comunitários.
Referências
Xue QL. The frailty syndrome: definition and natural history. Clin Geriatr Med. 2011;27(1):1-15. https://doi.org/10.1016/j.cger.2010.08.009
Clegg A, Young J, Iliffe S, Rikkert MO, Rockwood K. Frailty in elderly people. Lancet. 2013;381(9868):752-62. https://doi.org/10.1016/S0140-6736(12)62167-9
Morley JE, Vellas B, Kan GA, Anker SD, Bauer JM, Bernabei R, et al. Frailty Consensus: a call to action. J Am Med Dir Assoc. 2013;14(6):392-7. https://doi.org/10.1016/j.jamda.2013.03.022
Cesari M, Prince M, Thiyagarajan JA, Carvalho IA, Bernabei R, Chan P, et al. Frailty: an emerging public health priority. J Am Med Dir Assoc. 2016;17(3):188-92. https://doi.org/10.1016/j.jamda.2015.12.016
Dent E, Kowal P, Hoogendijk EO. Frailty measurement in research and clinical practice: a review. Eur J Intern Med. 2016;31:3-10. https://doi.org/10.1016/j.ejim.2016.03.007
Vermeiren S, Vella-Azzopardi R, Beckwée D, Habbig AK, Scafoglieri A, Jansen B, et al. Frailty and the prediction of negative health outcomes: a meta-analysis. J Am Med Dir Assoc. 2016;17(12):1163.e1-1163.e17. https://doi.org/10.1016/j.jamda.2016.09.010
Chen X, Mao G, Leng SX. Frailty syndrome: an overview. Clin Interv Aging. 2014;9:43341. https://doi.org/10.2147/CIA.S45300
Clegg A. Rogers L, Young J. Diagnostic test accuracy of simple instruments for identifying frailty in community-dwelling older people: a systematic review. Age Ageing. 2015;44(1):148-52. http://doi: 10.1093/ageing/afu157
Lacas A, Rockwood K. Frailty in primary care: a review of its conceptualization and implications for practice. BMC Med. 2012;10:4. https://doi.org/10.1186/1741-7015-10-4
Bouillon K, Kivimaki M, Hamer M, Sabia S, Fransson EI, Singh-Manoux A, et al. Measures of frailty in population-based studies: an overview. BMC Geriatr. 2013;13:64. https://doi.org/10.1186/1471-2318-13-64
Vries NM, Staal JB, Ravensberg CD, Hobbelen JS, Olde-Rikkert MG, Nijhuis-van der Sanden MW. Outcome instruments to measure frailty: a systematic review. Ageing Res Rev. 2011;10(1):104-14. http://doi.org/10.1016/j.arr.2010.09.001
Rolfson DB, Majumdar SR, Tsuyuki RT, Tahir A, Rockwood K. Validity and reliability of the Edmonton Frail Scale. Age Ageing. 2006;35(5):526-9. https://doi.org/10.1093/ageing/afl041
Fabrício-Wehbe SCC, Schiaveto FV, Vendrusculo TRP, Haas VJ, Dantas RAS, Rodrigues RAP. Adaptação cultural e validade da Edmonton Frail Scale - EFS em uma
amostra de idosos brasileiros. Rev. Latino-Am. Enfermagem. 2009;17(6):1043-9. https://doi.org/10.1590/S0104-11692009000600018
Moraes EN, Carmo JA, Moraes FL, Azevedo RS, Machado CJ, Montilla DER. Clinical-Functional Vulnerability Index-20 (IVCF-20): rapid recognition of frail older adults. Rev Saude Publica. 2016;50:81. https://doi.org/10.1590/s1518-8787.2016050006963
Chang CI, Chan DC, Kuo KN, Hsiung CA, Chen CY, Ching-I. Prevalence and correlates of geriatric frailty in a northern Taiwan community. J Formos Med Assoc. 2011;110(4):247-57. https://doi.org/10.1016/S0929-6646(11)60037-5
Cesari M, Gambassi G, Kan GA, Vellas B. The frailty phenotype and the Frailty Index: different instruments for different purposes. Age Ageing. 2014;43(1):10-2. https://doi.org/10.1093/ageing/aft160
Jung HW, Kim SW, Ahn S, Lim JY, Han JW, Kim TH, et al. Prevalence and outcomes of frailty in Korean elderly population: comparisons of a multidimensional frailty index with two phenotype models. PLoS One. 2014;9(2):e87958. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0087958
García-Peña C, Ávila-Funes JA, Dent E, Gutiérrez-Robledo L, Pérez-Zepeda M. Frailty prevalence and associated factors in the Mexican Health and Aging Study: a comparison of the Frailty Index and the phenotype. Exp Gerontol. 2016;79:55-60. https://doi.org/10.1016/j.exger.2016.03.016
Harmand MGC, Meillon C, Bergua V, Teguo MT, Dartigues JF, Avila-Funes JA, et al. Comparing the predictive value of three definitions of frailty: results from the Three-City Study. Arch Gerontol Geriatr. 2017;72:153-63. https://doi.org/10.1016/j.archger.2017.06.005
Ramírez Ramírez JU, Cadena Sanabria MO, Ochoa ME. Aplicación de la Escala de Fragilidad de Edmonton en población colombiana. Comparación con los criterios de Fried. Rev Esp Geriatr Gerontol. 2017;52(6):322-5. https://doi.org/10.1016/j.regg.2017.04.001
Moraes EN, Moraes FL. Avaliação multidimensional do idoso. 5.ed. Belo Horizonte, MG: Folium; 2016. (Coleção Guia de Bolso em Geriatria e Gerontologia, 1).
Silva RJS, Smith-Menezes A, Tribess S, Rómo-Perez V, Virtuoso Júnior JS. Prevalência e fatores associados à percepção negativa da saúde em pessoas idosas no Brasil. Rev Bras Epidemiol. 2012;15(1):49-62. https://doi.org/10.1590/S1415-790X2012000100005
Medeiros SM, Silva LSR, Carneiro JA, Ramos GCF, Barbosa ATF, Caldeira AP. Fatores associados à autopercepção negativa da saúde entre idosos não institucionalizados de Montes Claros, Brasil. Cienc Saude Coletiva. 2016;21(11):3377-86. https://doi.org/10.1590/1413-812320152111.18752015
Landis JR, Koch GG. The measurement of observer agreement for categorical data. Biometrics. 1977;33(1):159-74. https://doi.org/10.2307/2529310
Figueiredo Filho DB, Silva Júnior JA. Desvendando os mistérios do Coeficiente de Correlação de Pearson (r). Rev Política Hoje. 2009;18(1):115-46.
Da Mata FAF, Pereira PPS, Andrade KRC, Figueiredo ACMG, Silva MT, Pereira MG. Prevalence of frailty in Latin America and the Caribbean: a systematic review and meta-analysis. PLoS One. 2016;11(8):e0160019. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0160019
Xie B, Larson JL, Gonzalez R, Pressler SJ, Lustig C, Arslanian-Engoren C. Components and indicators of frailty measures: a literature review. J Frailty Aging. 2017;6(2):76-82. https://doi.org/10.14283/jfa.2017.11
Herr M, Robine JM, Pinot J, Arvieu JJ, Ankri J. Polypharmacy and frailty: prevalence, relationship, and impact on mortality in a French sample of 2350 old people. Pharmacoepidemiol Drug Saf. 2015;24(6):637-46. https://doi.org/10.1002/pds.3772
Saum KU, Schöttker B, Meid AD, Holleczek B, Haefeli WE, Hauer K, et al. Is polypharmacy associated with frailty in older people? Results from the ESTHER Cohort Study. J Am Geriatr Soc. 2017;65(2):e27-e32. https://doi.org/10.1111/jgs.14718
Pagotto V, Bachion MM, Silveira EA. Autoavaliação da saúde por idosos brasileiros: revisão sistemática da literatura. Rev Panam Salud Publica. 2013;33(4):302-10. Authors’
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2020 Revista de Saúde Pública
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.