Inatividade física no lazer e na escola está associada à presença de transtornos mentais comuns na adolescência

Autores

  • Vanessa Roriz Ferreira Universidade Federal de Goiás
  • Thiago Veiga Jardim Brigham & Women’s Hospital
  • Thaís Inácio Rolim Póvoa Universidade Estadual de Goiás
  • Ricardo Borges Viana Universidade Estadual de Goiás
  • Ana Luiza Lima Sousa Universidade Federal de Goiás
  • Paulo César Veiga Jardim Universidade Federal de Goiás

DOI:

https://doi.org/10.11606/s1518-8787.2020054001888

Palavras-chave:

Adolescente, Comportamento Sedentário, Transtornos Mentais, Saúde Mental, Educação Física e Treinamento

Resumo

OBJETIVO: Investigar a associação da inatividade física no lazer e na escola com os transtornos mentais comuns durante a adolescência. MÉTODOS: A amostra foi composta por 73.399 adolescentes (12–17 anos), participantes do Estudo de Riscos Cardiovasculares em Adolescentes (Erica). Esse estudo transversal, nacional e de base escolar foi realizado em 2013 e 2014, nos municípios brasileiros com mais de 100 mil habitantes. A atividade física no lazer foi categorizada de acordo com o volume de prática semanal, e os adolescentes foram classificados em ativos (≥ 300 minutos/semana), inativos (0 minuto/semana) e insuficientemente ativos (1–299 minutos/semana). A prática esportiva e a participação em aulas de educação física na escola também foram analisadas. A presença de transtornos mentais comuns foi avaliada a partir do general health questionnaire, com ponto de corte maior ou igual a 3. Odds ratios (OR) foram estimados utilizando regressão logística múltipla. RESULTADOS: A chance de transtornos mentais comuns foi 16% maior no grupo que relatou ser inativo (0 minuto/semana) no lazer (OR = 1,16; IC95% 1,06–1,27). A prevalência de transtornos mentais comuns foi maior entre jovens que não praticaram esportes (37,2% vs. 25,9%; OR = 1,14; IC95% 1,04–1,25) e não participaram das aulas de educação física na escola (39,5% vs. 29,6%; OR = 1,25; IC95% 1,15–1,36). Atividade física insuficiente (1–299 minutos/semana) não aumentou a razão de chances de transtornos mentais comuns. Praticar atividade física no lazer, independentemente da duração e frequência semanal, reduziu em 26% as chances de transtornos mentais comuns nessa população. CONCLUSÕES: A inatividade física no lazer e na escola foi associada à presença de transtornos mentais comuns na adolescência. Os resultados sugerem que prática esportiva, educação física escolar e atividade física durante o lazer, mesmo sem atingir a recomendação atual, têm relação com a saúde mental dos jovens.

Biografia do Autor

  • Vanessa Roriz Ferreira, Universidade Federal de Goiás

    Universidade Federal de Goiás. Faculdade de Medicina. Liga de Hipertensão Arterial. Goiânia, GO, Brasil

  • Thiago Veiga Jardim, Brigham & Women’s Hospital

    Universidade Federal de Goiás. Faculdade de Medicina. Liga de Hipertensão Arterial. Goiânia, GO, Brasil
    Brigham & Women’s Hospital. Division of Cardiovascular Medicine. Boston, MA, USA
    Harvard TH Chan School of Public Health. Department of Health Policy and Management. Center for Health Decision Science, Boston, MA, USA

  • Thaís Inácio Rolim Póvoa, Universidade Estadual de Goiás

    Universidade Estadual de Goiás. Laboratório de Fisiologia do Exercício da Faculdade do Esporte ESEFFEGO. Goiânia, GO, Brasil

  • Ricardo Borges Viana, Universidade Estadual de Goiás

    Universidade Estadual de Goiás. Laboratório de Fisiologia do Exercício da Faculdade do Esporte ESEFFEGO. Goiânia, GO, Brasil

  • Ana Luiza Lima Sousa, Universidade Federal de Goiás

    Universidade Federal de Goiás. Faculdade de Medicina. Liga de Hipertensão Arterial. Goiânia, GO, Brasil

  • Paulo César Veiga Jardim, Universidade Federal de Goiás

    Universidade Federal de Goiás. Faculdade de Medicina. Liga de Hipertensão Arterial. Goiânia, GO, Brasil

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Publicado

2020-12-12

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Ferreira, V. R., Jardim, T. V., Póvoa, T. I. R., Viana, R. B., Sousa, A. L. L., & Jardim, P. C. V. (2020). Inatividade física no lazer e na escola está associada à presença de transtornos mentais comuns na adolescência. Revista De Saúde Pública, 54, 128. https://doi.org/10.11606/s1518-8787.2020054001888