Idosos com demência: conhecimentos e atitudes dos médicos nas unidades de saúde

Autores

  • Ana Beatriz Quintes Steiner Universidade Federal de São Paulo
  • Alessandro Ferrari Jacinto Universidade Federal de São Paulo
  • Vanessa de Albuquerque Citero Universidade Federal de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.11606/s1518-8787.2020054002451

Palavras-chave:

Médicos de Atenção Primária, Conhecimentos, Atitudes e Prática em Saúde, Pacientes, Idoso, Demência

Resumo

OBJETIVO: Descrever os conhecimentos e atitudes dos médicos generalistas da rede básica de saúde da cidade de São Paulo em relação a pacientes com demência e identificar padrões de atitudes. MÉTODOS: Foram sorteadas aleatoriamente 10% das unidades básicas de saúde da cidade de São Paulo (n = 45), distribuídas proporcionalmente em seis coordenadorias regionais de saúde. Foram entrevistados até dois médicos generalistas em cada unidade, obtendo-se ao todo 81 médicos entrevistados. Eles responderam à versão traduzida e adaptada transculturalmente para o Brasil de dois questionários britânicos, o knowledge quiz (conhecimentos sobre demências) e o attitude quiz (atitudes frente ao paciente dementado), além de um questionário sociodemográfico e ocupacional para o entendimento do perfil dos médicos generalistas que atuam na atenção primária. Realizaram-se análise descritiva dos dados, análise fatorial dos principais componentes do attitude quiz e estudo de associação entre atitudes e conhecimentos, além do teste de regressão linear múltipla para determinar a relação entre o perfil ocupacional e de conhecimento em demência sobre os padrões de atitudes. RESULTADOS: Os médicos entrevistados tinham mediana de tempo de formado de cinco anos; 35,8% trabalhavam exclusivamente com atenção primária, e menos de 40% tinham concluído, ou estavam cursando, residência médica ou especialização. Os médicos mostraram um conhecimento menor sobre diagnóstico de demência do que sobre a epidemiologia da doença e seu manejo terapêutico. Suas atitudes em relação a pacientes dementados resultaram em quatro fatores: otimismo proativo, otimismo delegador, desalento implícito e desalento explícito. O estudo de regressão mostrou que a atitude de desalento explícito diminui quanto maior for a jornada de trabalho semanal do médico nas unidades, e que a atitude otimista delegadora do médico diminui na mesma situação. CONCLUSÕES: O investimento em capacitação é fundamental para melhorar o desempenho do médico no campo da demência na atenção primária.

Biografia do Autor

  • Ana Beatriz Quintes Steiner, Universidade Federal de São Paulo

    Universidade Federal de São Paulo. Escola Paulista de Medicina. Programa de Pós-Graduação em Psiquiatria e Psicologia Médica. São Paulo, SP, Brasil

  • Alessandro Ferrari Jacinto, Universidade Federal de São Paulo

    Universidade Federal de São Paulo. Escola Paulista de Medicina. Departamento de Medicina. São Paulo, SP, Brasil

  • Vanessa de Albuquerque Citero, Universidade Federal de São Paulo

    Universidade Federal de São Paulo. Escola Paulista de Medicina. Departamento de Psiquiatria. São Paulo, SP, Brasil

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Publicado

2020-12-12

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Steiner, A. B. Q., Jacinto, A. F., & Citero, V. de A. (2020). Idosos com demência: conhecimentos e atitudes dos médicos nas unidades de saúde. Revista De Saúde Pública, 54, 137. https://doi.org/10.11606/s1518-8787.2020054002451