Mortalidade prematura por câncer de colo uterino: estudo de séries temporais interrompidas

Autores

  • Maria Isabel do Nascimento Universidade Federal Fluminense
  • Felipe Corrêa Massahud Universidade Federal Fluminense
  • Nathália Giácomo Barbosa Universidade Federal Fluminense
  • Cássio Destefani Lopes Universidade Federal Fluminense
  • Vanessa da Costa Rodrigues Universidade Federal Fluminense

DOI:

https://doi.org/10.11606/s1518-8787.2020054002528

Palavras-chave:

Política Pública, Doenças não Transmissíveis, Neoplasias do Colo do Útero, Mortalidade Prematura, Análise de Séries Temporais Interrompida

Resumo

OBJETIVO: Verificar o efeito do Pacto Pela Saúde na mortalidade prematura (30–69 anos) atribuída a câncer de colo uterino no Brasil e nas suas macrorregiões, utilizando modelagem de séries temporais interrompidas. MÉTODOS: A regressão segmentada foi usada para avaliar “mudança de nível” e “mudança de tendência” das taxas de mortes prematuras por câncer de colo uterino no período pós-Pacto (2010–2018), controlando pelo período pré-Pacto (1998–2006). Entendendo o triênio 2007–2009 como essencial para adesão e implantação da política ele foi excluído da modelagem principal, mas avaliado na análise de sensibilidade. RESULTADOS: De 1998 a 2018, houve mais de 119 mil óbitos por câncer de colo uterino, em mulheres de 30 a 69 anos, no Brasil. A região Norte experimentou as taxas mais altas (> 20 por 100 mil). Comparando à linha de base (1998–2006), a regressão segmentada mostrou progressiva elevação das mortes por câncer de colo uterino no Brasil como um todo (coeficiente angular = 0,513; IC95% 0,430 a 0,596) e nas regiões Sudeste (coeficiente = 0,515; IC95% 0,358 a 0,674), Sul (coeficiente = 0,925; IC95% 0,642 a 1,208), e Centro-Oeste (coeficiente = 0,590; IC95% 0,103 a 1,077). A região Nordeste apresentou os efeitos mais promissores com redução imediata no nível (-0,635; IC95% -1,177 a -0,092) e redução progressiva na tendência de mortes prematuras (coeficiente= -0,151; IC95% -0,231 a -0,007). CONCLUSÕES: As taxas de mortalidade prematuras por câncer de colo uterino são altas no Brasil e nas suas macrorregiões. Esta série temporal interrompida não foi capaz de revelar efetividade das iniciativas relacionadas ao Pacto pela Saúde sobre as mortes prematuras por câncer de colo uterino nacionalmente e tampouco em todas as macrorregiões igualmente. Os melhores resultados estão restritos à região Nordeste.

Biografia do Autor

  • Maria Isabel do Nascimento, Universidade Federal Fluminense

    Universidade Federal Fluminense. Faculdade de Medicina. Mestrado Profissional em Saúde Materno Infantil. Niterói, RJ, Brasil

  • Felipe Corrêa Massahud, Universidade Federal Fluminense

    Universidade Federal Fluminense. Faculdade de Medicina. Niterói, RJ, Brasil

  • Nathália Giácomo Barbosa, Universidade Federal Fluminense

    Universidade Federal Fluminense. Faculdade de Medicina. Niterói, RJ, Brasil

  • Cássio Destefani Lopes, Universidade Federal Fluminense

    Universidade Federal Fluminense. Faculdade de Medicina. Niterói, RJ, Brasil

  • Vanessa da Costa Rodrigues, Universidade Federal Fluminense

    Universidade Federal Fluminense. Faculdade de Medicina. Niterói, RJ, Brasil

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Publicado

2020-12-12

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Nascimento, M. I. do, Massahud, F. C., Barbosa, N. G., Lopes, C. D., & Rodrigues, V. da C. (2020). Mortalidade prematura por câncer de colo uterino: estudo de séries temporais interrompidas. Revista De Saúde Pública, 54, 139. https://doi.org/10.11606/s1518-8787.2020054002528