Transtorno depressivo maior em agentes penitenciários
DOI:
https://doi.org/10.11606/s1518-8787.2021055002507Palavras-chave:
Prisões, Transtorno depressivo maior, Questionário de saúde do paciente, Saúde do trabalhadorResumo
OBJETIVO Identificar fatores associados a transtorno depressivo maior (TDM) em agentes penitenciários. MÉTODOS Este estudo de corte transversal incluiu todos os agentes penitenciários do maior complexo prisional do estado da Bahia (Brasil). Num questionário autoaplicado, coletaram-se informações sociodemográficas, ocupacionais e de saúde. A variável de desfecho – TDM – foi avaliada pelo Patient Health Questionnaire-9 (PHQ-9) e classificada pelo método do ponto de corte ≥ 10 e pelo método de algoritmo. A razão de prevalência (RP) foi a medida de associação utilizada. Conforme regressão multivariada de Cox, as variáveis foram inseridas em dois blocos: características sociodemográficas e aspectos do trabalho, nessa ordem. Apenas as variáveis com RP ajustada (RPaj) ≥ 1,30 foram selecionadas para compor os modelos finais. RESULTADOS Nos 401 agentes investigados, a prevalência de TDM pelo ponto de corte ≥ 10 (simples) e pelo método de algoritmo foi de 18,8% e 9,3%, respectivamente. A prevalência de TDM pelo ponto de corte ≥ 10 foi maior em agentes do sexo feminino (RPaj = 2,77), que sofreram ameaça de facções (RPaj = 2,05), que não referiram treinamento institucional para o cargo (RPaj = 1,38), que afirmaram que o ambiente e as condições de trabalho interferiam na sua saúde física (RPaj = 3,51) e que exerciam atividades geradoras de tensão (RPaj em gradiente crescente). A prevalência de TDM pelo método de algoritmo foi mais elevada em agentes do sexo feminino (RPaj = 3,45), com escolaridade superior (RPaj = 1,71), que afirmaram que o ambiente e as condições de trabalho interferiam na sua saúde física (RPaj = 6,33), que sofreram ameaça de facções (RPaj = 2,14), que não referiram treinamento institucional (RPaj = 1,50) e que têm contato frequente com internos no trabalho (RPaj = 1,48). CONCLUSÃO A alta prevalência de TDM nesses agentes penitenciários associou-se a aspectos sociodemográficos e, principalmente, a aspectos do seu trabalho.
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