A PNAB 2017 e o número de agentes comunitários de saúde na atenção primária do Brasil

Autores

  • Deborah Ellen Wanderley Gomes Freire Universidade Federal da Paraíba. Departamento de Clínica e Odontologia Social. Programa de Pós-Graduação em Odontologia. João Pessoa, PB, Brasil https://orcid.org/0000-0002-0001-7430
  • Aldelany Ramalho Freire Universidade Federal da Paraíba. Departamento de Clínica e Odontologia Social. Programa de Pós-Graduação em Odontologia. João Pessoa, PB, Brasil https://orcid.org/0000-0002-8082-5883
  • Edson Hilan Gomes de Lucena Universidade Federal da Paraíba. Departamento de Clínica e Odontologia Social. Programa de Pós-Graduação em Odontologia. João Pessoa, PB, Brasil https://orcid.org/0000-0003-3431-115X
  • Yuri Wanderley Cavalcanti Universidade Federal da Paraíba. Departamento de Clínica e Odontologia Social. Programa de Pós-Graduação em Odontologia. João Pessoa, PB, Brasil https://orcid.org/0000-0002-3570-9904

DOI:

https://doi.org/10.11606/s1518-8787.2021055003005

Palavras-chave:

Agentes Comunitários de Saúde, provisão & distribuição, Disparidades em Assistência à Saúde, Avaliação de Programas e Projetos de Saúde, Atenção Primária à Saúde

Resumo

OBJETIVO: Analisar o efeito da Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) de 2017 no quantitativo de agentes comunitários de saúde, por equipe de atenção primária em saúde. MÉTODOS: Trata-se de um estudo transversal, descritivo e analítico, utilizando dados disponibilizados na plataforma e-Gestor da Atenção Básica, do Ministério da Saúde, sobre os 5.570 municípios brasileiros, entre outubro de 2017 e dezembro de 2019. A sobrevida do número de municípios que não reduziram o quantitativo de agentes comunitários de saúde foi analisada segundo a região do país, índice de desenvolvimento humano (IDH), índice de desigualdade de Gini e porte populacional. A Regressão de Cox foi utilizada para analisar os fatores associados à redução do número de ACS após um mês e, a partir de então, a cada três meses, até completarem os dois anos da publicação da portaria da PNAB 2017, considerando-se p < 0,05. CONCLUSÕES: Após dois anos, a maior redução foi observada em municípios das regiões Centro-Oeste e Sul, que apresentaram IDH alto, menos desiguais e com maior porte populacional. Municípios do Centro-Oeste (HR = 1,256) apresentaram maior chance de redução do número de ACS comparado à região Norte. Municípios com maior IDH (HR = 1,053) e maior porte populacional (HR = 1,186) também apresentaram maior chance de reduzir o número de agentes comunitários de saúde. Portanto, após a PNAB 2017, houve um aumento ao longo dos meses no número de municípios que reduziram a quantidade de agentes comunitários em saúde na atenção primária de saúde.

Referências

Paim JS. Atenção Primária à Saúde: uma receita para todas as estações? Saude Debate. 2012;36(94):343-7. https://doi.org/10.1590/S0103-11042012000300004

Melo EA, Mendonça MHM, Oliveira JR, Andrade GCL. Mudanças na Política Nacional de Atenção Básica: entre retrocessos e desafios. Saude Debate. 2018;42 Nº Espec 1:38-51. https://doi.org/10.1590/0103-11042018S103

Lavras C. Atenção primária à saúde e a organização de redes regionais de atenção à saúde no Brasil. Saude Soc. 2011;20(4):867-74. https://doi.org/10.1590/S0104-12902011000400005

Santos CW, Farias Filho MC. Agentes Comunitários de Saúde: uma perspectiva do capital social. Cienc Saude Coletiva. 2016;21(5):1659-68. https://doi.org/10.1590/1413-81232015215.23332015

Dal Poz MR. O agente comunitário de saúde: algumas reflexões. Interface (Botucatu). 2002;6(10):88-90. https://doi.org/10.1590/S1414-32832002000100009

Levy FM, Matos PES, Tomita NE. Programa de Agentes Comunitários de Saúde: a percepção de usuários e trabalhadores da saúde. Cad Saude Publica. 2004;20(1):197-203. https://doi.org/10.1590/S0102-311X2004000100036

Melo MB, Quintão AF, Carmo RF. O Programa de Qualificação e Desenvolvimento do Agente Comunitário de Saúde na perspectiva dos diversos sujeitos envolvidos na atenção primária em saúde. Saude Soc. 2015;24(1):86-99. https://doi.org/10.1590/S0104-12902015000100007

Ministério da Saúde (BR). Portaria nº 2.436, de 21 de setembro de 2017. Aprova a Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes para a organização da Atenção Básica, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Brasília, DF; 2017 [citado 16 nov 2020]. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prt2436_22_09_2017.html

Frazão P, Marques D. Efetividade de programa de agentes comunitários na promoção da saúde bucal. Rev Saude Publica. 2009;43(3):463-71. https://doi.org/10.1590/S0034-89102009005000016

Ferraz L, Aerts DRGC. O cotidiano de trabalho do agente comunitário de saúde no PSF em Porto Alegre. Cienc Saude Coletiva. 2005;10(2):347-55. https://doi.org/10.1590/S1413-81232005000200012

Castro MC, Massuda A, Almeida G, Menezes-Filho NA, Andrade MV, Noronha KVMS, et al. Brazil’s unified health system: the first 30 years and prospects for the future. Lancet. 2019;394(10195):345-56. https://doi.org/10.1016/S0140-6736(19)31243-7

Morosini MVGC, Fonseca AF, Lima LD. Política Nacional de Atenção Básica 2017: retrocessos e riscos para o Sistema Único de Saúde. Saude Debate. 2018;42(116):11-24. https://doi.org/10.1590/0103-1104201811601

Morosini MVGC, Fonseca AF. Os agentes comunitários na Atenção Primária à Saúde no Brasil: inventário de conquistas e desafios. Saude Debate. 2018;42 Nº Espec 1:261-74. https://doi.org/10.1590/0103-11042018S117

Ministério da Saúde (BR), Secretaria de Atenção Primária à Saúde. e-Gestor Atenção Básica: informação e gestão da Atenção Básica. Brasília, DF; 2019 [citado 16 nov 2020]. Disponível em: https://egestorab.saude.gov.br/index.xhtml

Giugliani C. Harzheim E, Duncan MS, Duncan BB. Effectiveness of community health workers in Brazil. J Ambul Care Manage. 2011;34(4):326-38. https://doi.org/10.1097/JAC.0b013e31822cbdfd

Macinko J, Mendonça CS. Estratégia Saúde da Família, um forte modelo de Atenção Primária à Saúde que traz resultados. Saude Debate. 2018;42 Nº Espec 1:18-37. https://doi.org/10.1590/0103-11042018s102

Ávila MMM. O Programa de Agentes Comunitários de Saúde no Ceará: o caso de Uruburetama. Cienc Saude Coletiva. 2011;16(1):349-60. https://doi.org/10.1590/S1413-81232011000100037

Vidal SV, Motta LCS, Siqueira-Batista R. Agentes comunitários de saúde: aspectos bioéticos e legais do trabalho vivo. Saude Soc. 2015;24(1):129-40. https://doi.org/10.1590/S0104-12902015000100010

Pedebos LA, Rocha DK, Tomasi Y. A vigilância do território na atenção primária: contribuição do agente comunitário na continuidade do cuidado. Saude Debate. 2018;42(119):940-51. https://doi.org/10.1590/0103-1104201811912

Barreto ICHC, Pessoa VM, Sousa MFA, Nuto SAS, Freitas RWJF, Ribeiro KG, et al. Complexidade e potencialidade do trabalho dos Agentes Comunitários de Saúde no Brasil contemporâneo. Saude Debate. 2018;42 Nº Espec 1:114-29. https://doi.org/10.1590/0103-11042018s108

Morosini MVGC, Fonseca AF. Revisão da Política Nacional de Atenção Básica numa hora dessas? Cad Saude Publica. 2017;33(1):e00206316. https://doi.org/10.1590/0102-311x00206316

Brasil. Lei Nº 12.994, de 17 de junho de 2014. Altera a Lei n º 11.350, de 5 de outubro de 2006, para instituir piso salarial profissional nacional e diretrizes para o plano de carreira dos agentes comunitários de saúde e dos Agentes de Combate às Endemias. Brasília, DF; 2014 [citado 16 nov 2020]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l12994.htm

Brasil. (Constituição 1988). Emenda Constitucional Nº 95, de 15 de dezembro de 2016. Altera o ato das disposições constitucionais transitórias, para instituir o novo regime fiscal, e dá outras providências. Brasília, DF; 2016 [citado 16 nov 2020]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/emendas/emc/emc95.htm

Domingues CC, Wandekoken KD, Dalbello-Araujo M. Potencialidades do processo de trabalho do Agente Comunitário de Saúde. Rev Bras Pesq Saude. 2018;20(4):145-54. https://doi.org/10.21722/rbps.v20i4.24818

Publicado

2021-12-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Freire, D. E. W. G., Freire, A. R., Lucena, E. H. G. de, & Cavalcanti, Y. W. (2021). A PNAB 2017 e o número de agentes comunitários de saúde na atenção primária do Brasil. Revista De Saúde Pública, 55, 85. https://doi.org/10.11606/s1518-8787.2021055003005