Atitudes dos profissionais de saúde frente a comportamento suicida: estudo de intervenção
DOI:
https://doi.org/10.11606/s1518-8787.2022056003320Palavras-chave:
Atitude do Pessoal de Saúde, Capacitação de Recursos Humanos em Saúde, Ideação Suicida, Atenção Primária à Saúde, Ensaio Clínico Controlado AleatórioResumo
OBJETIVO Avaliar o efeito de uma intervenção educativa sobre comportamento suicida nas atitudes dos profissionais de saúde da atenção primária. MÉTODO Ensaio clínico randomizado por conglomerados, com amostra de 261 profissionais de saúde, provenientes de 22 unidades de saúde selecionados por amostragem estratificada, elegidos e alocados aleatoriamente, mediante sorteio, em dois grupos: intervenção (n = 87) e controle (n = 174). Os participantes do grupo intervenção foram expostos a uma capacitação sobre comportamento suicida com duração de 20 horas. Todos os 261 participantes foram avaliados, antes e após a intervenção, e os grupos foram comparados para avaliar a atitude frente ao comportamento suicida utilizando o Suicide Behavior Attitude Questionnaire (SBAQ), avaliação feita por comparação das médias via teste t-Student para amostras independentes e Teste t pareado para amostras dependentes. RESULTADOS O grupo intervenção, na comparação intragrupos antes e depois da capacitação, bem como na comparação com o grupo controle, demonstrou diferenças estatisticamente significativas nas atitudes frente ao comportamento suicida, avaliadas a partir das diferenças de scores nos domínios: “percepção da capacidade profissional”, em todos os quatro itens; “sentimento negativo”, em seis dos sete itens; e no domínio “direito ao suicídio”, três dos cinco itens. CONCLUSÃO A capacitação breve desenvolvida na atenção primária à saúde foi efetiva para a melhora das atitudes dos participantes que integravam o grupo intervenção frente ao comportamento suicida.
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