Dimensões e potencialidades dos sistemas de informação geográfica na saúde indígena

Autores

  • Luiza Garnelo Fundação Instituto Oswaldo Cruz; Centro de Pesquisas Leônidas & Maria Deane
  • Luiz Carlos Brandão Universidade Federal do Amazonas; Núcleo de Estudos de Saúde Pública
  • Antônio Levino Fundação Instituto Oswaldo Cruz; Centro de Pesquisas Leônidas & Maria Deane

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102005000400018

Palavras-chave:

Índios sul-americanos, Sistemas de informação geográfica, Tuberculose, Malária, Mortalidade infantil

Resumo

OBJETIVO: Discutir as potencialidades do sistema de informação geográfico na análise do perfil epidemiológico, sociodemográfico e da organização dos serviços de saúde dirigidos aos povos indígenas. MÉTODOS: Foi efetuada a análise georreferenciada das notificações de tuberculose, malária e da mortalidade de 374.123 indígenas distribuídos em 36 Distritos Sanitários Especiais Indígenas em todo o Brasil. Definiu-se um gradiente da intensidade do risco de adoecimento indígena por tuberculose, malária e mortalidade infantil nos anos de 2000 a 2002, comparando-os com os coeficientes encontrados na população não indígena no mesmo período. RESULTADOS: O estudo mostrou que os dados previamente disponíveis são fragmentários, não possibilitando uma visão de conjunto das condições de vida e da situação de saúde dos grupos étnicos. A construção de gradientes de risco evidenciou coeficientes de incidência de tuberculose superiores em mais de 1.000 vezes àqueles encontrados para a população geral brasileira. O Índice Parasitário Anual médio de malária na população indígena superou em até 10 vezes os valores médios encontrados para a população não-indígena e o Coeficiente de Mortalidade Infantil variou entre 74,7/1.000 nascidos vivos em 2000 e 56,5/1.000 em 2001, superando em mais de 100% a média nacional para o período. CONCLUSÕES: O Sistema de Informação Geográfica se revela uma ferramenta útil para a gestão, possibilitando análises de situações sanitárias, avaliação de risco populacional, construção de cenários que viabilizem o planejamento de estratégias de intervenção nos diversos níveis, transitando com rapidez e eficiência entre macro e micro realidades.

Publicado

2005-08-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Garnelo, L., Brandão, L. C., & Levino, A. (2005). Dimensões e potencialidades dos sistemas de informação geográfica na saúde indígena . Revista De Saúde Pública, 39(4), 634-640. https://doi.org/10.1590/S0034-89102005000400018