Medicalização social e medicina alternativa e complementar: pluralização terapêutica do Sistema Único de Saúde

Autores

  • Charles Dalcanale Tesser Universidade Federal de Santa Catarina; Departamento de Saúde Pública
  • Nelson Filice de Barros Universidade Estadual de Campinas; Faculdade de Ciências Médicas; Departamento de Medicina Preventiva e Social

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102008000500018

Palavras-chave:

Medicina Social, Necessidades e Demandas de Serviços de Saúde, Terapias Complementares^i1^sutiliza, Sistema Único de Saúde, Serviços de Saúde, Conhecimentos, Atitudes e Prática em Saúde

Resumo

A medicalização social transforma a cultura, diminui o manejo autônomo de parte dos problemas de saúde e gera excessiva demanda ao Sistema Único de Saúde. Uma alternativa à medicalização social no âmbito da atenção à saúde é a pluralização terapêutica das instituições de saúde, ou seja, a valorização e o oferecimento de práticas e medicinas alternativas e complementares. O objetivo do artigo foi analisar potencialidades e dificuldades de práticas e medicinas alternativas e complementares a partir de experiências clínico-institucionais e da literatura especializada. Conclui-se que tal estratégia tem um limitado potencial "desmedicalizante" e deve ser assumida pelo Sistema Único de Saúde. Ressalta-se ainda que devem ser observadas a hegemonia político-epistemológica da Biociência e a disputa mercadológica atual no campo da saúde, cuja tendência é transformar qualquer saber/prática estruturado do processo saúde-doença em mercadorias ou procedimentos a serem consumidos, reforçando a heteronomia e a medicalização.

Publicado

2008-10-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Tesser, C. D., & Barros, N. F. de. (2008). Medicalização social e medicina alternativa e complementar: pluralização terapêutica do Sistema Único de Saúde . Revista De Saúde Pública, 42(5), 914-920. https://doi.org/10.1590/S0034-89102008000500018