Utilização dos serviços de saúde pela população coberta pela Estratégia de Saúde da Família

Autores

  • Léia Cristiane L Fernandes Universidade do Vale do Rio dos Sinos; Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva
  • Andréa D Bertoldi Universidade do Vale do Rio dos Sinos; Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva
  • Aluísio J D Barros Universidade Federal de Pelotas; Faculdade de Medicina; Departamento de Medicina Social

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102009005000040

Palavras-chave:

Saúde da Família, Acesso aos Serviços de Saúde, Necessidades e Demandas de Serviços de Saúde, Serviços de Saúde, Estudos Transversais, Sistema Único de Saúde

Resumo

OBJETIVO: Analisar os padrões de utilização dos serviços de saúde em comunidades cobertas pela Estratégia de Saúde da Família. MÉTODOS: Estudo transversal de base populacional com amostra de 2.988 indivíduos, de todas as idades, residentes em áreas de abrangência da Estratégia de Saúde da Família, em Porto Alegre (RS), entre julho e setembro de 2003. Foram aplicados questionários pré-codificados a todos os moradores dos domicílios sorteados sobre informações demográficas, socioeconômicas e de saúde. Nas análises foram calculadas razões de prevalências, intervalos com 95% de confiança e aplicados testes do qui-quadrado. Realizou-se regressão de Poisson na análise multivariável para possíveis fatores de confusão. RESULTADOS: Pessoas do sexo feminino, com 60 anos ou mais, com cor da pele branca, com menor nível socioeconômico, sem cobertura por plano de saúde e com autopercepção de saúde ruim tiveram maior probabilidade de utilizar a unidade de saúde da família local. Em relação aos usuários de outros serviços de saúde, o padrão foi semelhante para as variáveis sexo, idade e autopercepção de saúde, mas foi encontrada uma maior utilização por pessoas com maior nível socioeconômico e com cobertura por plano de saúde. CONCLUSÕES: A utilização da unidade de saúde da família local foi maior entre as pessoas com menor nível socioeconômico e sem cobertura por plano de saúde, indicando indivíduos mais pobres como prioritários das ações governamentais. A mudança do modelo assistencial e a implantação da Estratégia de Saúde da Família tendem a melhorar progressivamente as condições de saúde da população mais pobre, minimizando as desigualdades em saúde.

Publicado

2009-08-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Fernandes, L. C. L., Bertoldi, A. D., & Barros, A. J. D. (2009). Utilização dos serviços de saúde pela população coberta pela Estratégia de Saúde da Família . Revista De Saúde Pública, 43(4), 595-603. https://doi.org/10.1590/S0034-89102009005000040