Heterogeneidade espacial da dengue em estudos locais, Niterói, RJ

Autores

  • Regina Fernandes Flauzino Universidade Federal Fluminense; Instituto de Saúde da Comunidade; Departamento de Epidemiologia e Bioestatística
  • Reinaldo Souza-Santos Fundação Osvaldo Cruz; Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca; Departamento de Endemias Samuel Pessoa
  • Christovam Barcelllos Informação Científica e Tecnológica em Saúde; Laboratório de Informações em Saúde
  • Renata Gracie Informação Científica e Tecnológica em Saúde; Laboratório de Informações em Saúde
  • Mônica de Avelar Figueiredo Mafra Magalhães Informação Científica e Tecnológica em Saúde; Laboratório de Informações em Saúde
  • Rosely Magalhães de Oliveira Fundação Osvaldo Cruz; Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca; Departamento de Endemias Samuel Pessoa

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102009005000064

Palavras-chave:

Dengue^i1^sepidemiolo, Distribuição Espacial da População, Sistemas de Informação Geográfica^i1^sutiliza, Zonas Urbanas, Brasil

Resumo

OBJETIVO: Analisar a ocorrência espacial e temporal da dengue e sua associação com a heterogeneidade de características do ambiente urbano. MÉTODOS: Foram georreferenciados 1.212 casos de dengue registrados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação entre 1998 e 2006, no município de Niterói, RJ, segundo setores censitários. Os setores foram classificados em áreas homogêneas para a ocorrência da doença: favela, estaleiro e urbano. Os casos foram agrupados em cinco períodos: dois interepidêmicos 1998-2000 e 2003-2005; três epidêmicos 2001, 2002 e 2006 e analisados por meio de operações entre camadas em ambiente sistema de informação geográfica. Para identificação de conglomerados com maior intensidade de casos, utilizou-se o método de kernel. O método de varredura espacial de Kulldorff foi usado para confirmação estatística desses clusters. RESULTADOS: Do total de casos, 57% eram do sexo feminino. As faixas etárias com maior concentração de casos foram de 20-29 anos (20,5%) e de 30-39 anos (17,7%). O setor favela morro apresentou somente 11% dos domicílios atendidos por serviço de coleta de lixo, o maior percentual de não alfabetizados (8,7%) e de chefes de família com rendimentos menores de 1 salário mínimo (29,5%). Os casos permaneceram nos setores denominados favelas. No primeiro ano epidêmico e nos períodos interepidêmicos o maior número de casos estava situado nos setores favelas morro e favela plana; no segundo e terceiro ano de epidemia, situavam-se no setor favela plana. CONCLUSÕES: A parcela economicamente ativa foi a mais atingida na área de estudo. Os setores censitários mostram heterogeneidade espacial em relação às condições de vida e dentro de alguns setores, há diferenciais na distribuição espacial e temporal do risco de ocorrência da dengue.

Publicado

2009-12-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Flauzino, R. F., Souza-Santos, R., Barcelllos, C., Gracie, R., Magalhães, M. de A. F. M., & Oliveira, R. M. de. (2009). Heterogeneidade espacial da dengue em estudos locais, Niterói, RJ . Revista De Saúde Pública, 43(6), 1035-1043. https://doi.org/10.1590/S0034-89102009005000064