Vivências de enfermeiros na assistência à mulher vítima de violência sexual

Autores

  • Maria José dos Reis Universidade Estadual de Campinas; Faculdade de Ciências Médicas
  • Maria Helena Baena de Moraes Lopes UNICAMP; FCM; Departamento de Enfermagem
  • Rosângela Higa Universidade Estadual de Campinas; Faculdade de Ciências Médicas
  • Egberto Ribeiro Turato UNICAMP; FCM; Departamento de Psicologia Médica e Psiquiatria
  • Vera Lucia Soares Chvatal UNICAMP; FCM; Departamento de Psicologia Médica e Psiquiatria
  • Aloísio José Bedone UNICAMP; FCM; Departamento de Tocoginecologia

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102010000200013

Palavras-chave:

Enfermeiras, Enfermeiros, Relações Enfermeiro-Paciente, Mulheres Maltratadas, Humanização da Assistência, Pesquisa Qualitativa

Resumo

OBJETIVO: Compreender as vivências de enfermeiros no atendimento a mulheres que sofreram violência sexual. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS: Estudo clínico-qualitativo em que foram entrevistados seis enfermeiros de um serviço de assistência a mulheres vítimas de violência sexual em Campinas, SP, no período de abril a maio de 2007. Utilizou-se a técnica da entrevista semidirigida de questões abertas. Os dados foram analisados pela técnica de análise de conteúdo com base no referencial psicodinâmico. Foram produzidas categorias analíticas: o que pensam, o que sentem, como agem e como reagem ao trabalho com vítimas de violência sexual. ANÁLISE DOS RESULTADOS: Os entrevistados indicaram o acolhimento como fundamental na assistência humanizada e no estabelecimento de vínculo com a cliente. Foram relatados sentimentos como medo, insegurança, impotência, ambivalência, angústia e ansiedade, que acarretam alterações de comportamento e interferem na vida pessoal, como também sentimentos de satisfação e realização profissionais. A capacitação técnica e atividades que visam o apoio psicológico foram citadas como estratégias que podem ajudar nesse tipo de atendimento. CONCLUSÕES: Mesmo diante de sentimentos como impotência, medo e revolta, a percepção de alívio pelo dever cumprido e a satisfação pessoal dos enfermeiros em ter ajudado essas mulheres parecem se sobrepor aos demais sentimentos, como forma de gratificação. O desejo de "fugir" do atendimento e a vontade de dar o melhor de si ocorrem simultaneamente e são utilizados mecanismos internos no sentido de minimizar a dor e o sofrimento.

Publicado

2010-04-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Reis, M. J. dos, Lopes, M. H. B. de M., Higa, R., Turato, E. R., Chvatal, V. L. S., & Bedone, A. J. (2010). Vivências de enfermeiros na assistência à mulher vítima de violência sexual . Revista De Saúde Pública, 44(2), 325-331. https://doi.org/10.1590/S0034-89102010000200013