Condições de vida de portadores de transtornos psicóticos vivendo em cortiços em Santos, SP
DOI:
https://doi.org/10.1590/S0034-89102011000400008Palavras-chave:
Transtornos Psicóticos, Condições Sociais, Áreas de Pobreza, Pesquisa QualitativaResumo
OBJETIVO: Descrever condições de vida e sociabilidade de portadores de transtornos mentais graves moradores de cortiços. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS: Estudo qualitativo com moradores adultos de cortiços da região central de Santos, SP, realizado em 2004-2006. Foram realizadas observações etnográficas em quatro cortiços e entrevistas semi-estruturadas em profundidade com oito mulheres que conviviam com portadores de transtornos psicóticos. A forma de análise empregada foi a qualitativa fundamentada na Antropologia. ANÁLISE DOS RESULTADOS: Os cortiços apresentaram características específicas quanto à sociabilidade. As dificuldades com os pacientes psicóticos decorriam da quebra mínima das regras mínimas. Em um dos cortiços, uma moradora agia como cuidadora dos pacientes e mantinha contato próximo com o serviço de saúde. Apesar do convívio cotidiano com os portadores, as participantes não possuíam informações sobre o transtorno e os consideravam loucos, nervosos ou mentalmente fracos. Acreditavam que deveriam morar em outro local que não o cortiço. CONCLUSÕES: A população moradora de cortiços não trata os portadores de transtorno psicótico de forma diferente da população geral, devido a desconhecimento, discriminação e estigma. As condições de vida são precárias para todos e não são diferentes para os moradores portadores de transtorno psicótico, exceto para aqueles que residiam na moradia coletiva com maior número de pacientes, organizada em função deles e dependente economicamente de seus benefícios.Downloads
Publicado
2011-08-01
Edição
Seção
Artigos Originais
Como Citar
Martin, D., Andreoli, S. B., Pinto, R. M. F., & Barreira, T. M. H. de M. (2011). Condições de vida de portadores de transtornos psicóticos vivendo em cortiços em Santos, SP . Revista De Saúde Pública, 45(4), 693-699. https://doi.org/10.1590/S0034-89102011000400008