Fatores associados à persistência à terapia hormonal em mulheres com câncer de mama

Autores

  • Cláudia Brito Fundação Oswaldo Cruz; Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca; Departamento de Administração e Planejamento em Saúde
  • Margareth Crisóstomo Portela Fundação Oswaldo Cruz; Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca; Departamento de Administração e Planejamento em Saúde
  • Mauricio Teixeira Leite de Vasconcellos Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística; Escola Nacional de Ciências Estatísticas

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-8910.2014048004799

Resumo

OBJETIVO Analisar os fatores associados à persistência à hormonioterapia para câncer de mama visando à melhoria da qualidade do cuidado prestado. MÉTODOS Estudo longitudinal a partir de dados secundários. Foi analisada uma coorte de 5.861 mulheres com câncer de mama registradas em diferentes bancos de dados do Instituto Nacional de Câncer e do Sistema Único de Saúde. Todas as pacientes foram tratadas nesse hospital, que dispensa a medicação gratuitamente, e o período de seguimento foi de janeiro de 2004 a outubro de 2010. Variáveis sociodemográficas, comportamentais, clínicas, de estilos de vida e de aspectos do serviço de saúde integraram-se à análise para testar associação com a persistência ao tratamento hormonal, pelo método de Kaplan-Meier e Riscos Proporcionais de Cox. RESULTADOS A persistência geral à hormonioterapia foi de 79,0% ao final do primeiro ano e 31,0% em cinco anos de tratamento. O risco de descontinuidade à hormonioterapia mostrou-se maior entre mulheres com idade inferior a 35 anos, com estadiamento mais grave (III e IV), usuárias de álcool, que realizaram quimioterapia, e para cada hospitalização, cada exame e cada mês, entre o diagnóstico e o início do tratamento adicional. Na direção oposta, o risco de descontinuidade mostrou-se menor entre as mulheres com nível médio e superior de escolaridade, com companheiro, com história familiar de câncer, submetidas à cirurgia e que tiveram consultas com mastologista e com oncologista clínico. CONCLUSÕES Das mulheres com câncer de mama, 69,0% não persistiram ao término de cinco anos do tratamento hormonal, aumentando o risco de uma resposta clínica inadequada. Os resultados mostram aspectos do cuidado que podem conduzir a melhores respostas ao tratamento.

Publicado

2014-04-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Brito, C., Portela, M. C., & Vasconcellos, M. T. L. de. (2014). Fatores associados à persistência à terapia hormonal em mulheres com câncer de mama . Revista De Saúde Pública, 48(2), 284-295. https://doi.org/10.1590/S0034-8910.2014048004799