Resistência de Aedes aegypti ao temefós e desvantagens adaptativas

Autores

  • Morgana Michele Cavalcanti de Souza Leal Diniz Universidade de São Paulo; Faculdade de Saúde Pública
  • Alleksandra Dias da Silva Henriques Universidade Estadual da Paraíba; Departamento de Biologia
  • Renata da Silva Leandro Universidade Estadual da Paraíba; Departamento de Biologia
  • Dalvanice Leal Aguiar Universidade Estadual da Paraíba; Departamento de Biologia
  • Eduardo Barbosa Beserra Universidade Estadual da Paraíba; Departamento de Biologia

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-8910.2014048004649

Resumo

OBJETIVO Avaliar a resistência de Aedes aegypti ao temefós Fersol 1G (temefós 1% p/p) quanto à desvantagem adaptativa ao inseto, na ausência de pressão de seleção. MÉTODOS Foi aplicada a dose diagnóstica de 0,28 mg i.a/L e concentrações entre 0,28 mg i.a/L e 1,4 mg i.a/L. Foram avaliadas amostras do vetor coletadas no município de Campina Grande entre 2007 e 2008, no estado da Paraíba. Para avaliar a competição na ausência de pressão de seleção, foram constituídos grupos de insetos com frequências iniciais de 20,0%, 40,0%, 60,0% e 80,0% de insetos resistentes, submetendo-os a dose diagnóstica por dois meses. Os ciclos de vida das populações suscetível e resistentes foram comparados avaliando-se as fases de desenvolvimento aquática e adulta, construindo-se tabelas de vida de fertilidade. RESULTADOS Não foram verificadas mortalidades nas populações de Ae. aegypti quando submetidas à dose diagnóstica de 0,28 mg i.a./L. A diminuição da mortalidade nas populações com 20,0%, 40,0%, 60,0% e 80,0% de indivíduos resistentes indica que a resistência ao temefós é instável na ausência de pressão de seleção. A comparação do ciclo de vida mostrou diferenças na duração da fase e viabilidade larval, mas não quanto ao desenvolvimento embrionário, razão sexual, longevidade dos adultos e número de ovos/fêmea. CONCLUSÕES Pelos parâmetros da tabela de vida de fertilidade constatou-se que algumas populações apresentaram desvantagens reprodutivas em relação à população suscetível na ausência de pressão de seleção, havendo custo adaptativo resultante da resistência ao temefós.

Publicado

2014-10-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Diniz, M. M. C. de S. L., Henriques, A. D. da S., Leandro, R. da S., Aguiar, D. L., & Beserra, E. B. (2014). Resistência de Aedes aegypti ao temefós e desvantagens adaptativas . Revista De Saúde Pública, 48(5), 775-782. https://doi.org/10.1590/S0034-8910.2014048004649