Máscaras, demônios e jogadores: uma leitura de Baile de máscaras, de Lermontov
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2317-4765.rus.2024.227181Palavras-chave:
jogos de cartas, máscaras, Mikhail Lermontov, romantismo, teatroResumo
Baile de máscaras é uma peça de teatro escrita por Mikhail Lermontov (1814-1841), um dos principais escritores do romantismo russo. Tomando como base a estrutura de Othello, de Shakespeare, Lermontov traz o protagonista Arbiênin como uma versão contemporânea e russa do herói mouro, que age de modo frio, calculado e covarde diante da suposta traição de sua esposa, em oposição à paixão sanguinolenta do outro. Neste artigo, tomaremos a metáfora das máscaras como fio condutor para discutir aspectos filosóficos, sociais e estéticos trazidos pela peça, que questiona a possibilidade de uma existência humana racional e moral e mostra a hipocrisia de uma sociedade supostamente regida por valores iluministas. As máscaras e os jogos de cartas como simulações de batalhas aparecem na obra como metáforas para trabalhar a diferença entre aparências e realidade, que Lermontov relaciona, de modo metalinguístico, com a própria arte, em especial, com o teatro.
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