O autocultivo de Cannabis e a tecnologia social

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0104-12902020190856

Palabras clave:

Maconha Medicinal, Autocultivo de Cannabis, Tecnologia Social

Resumen

O objetivo deste trabalho é analisar o autocultivo de Cannabis para fins medicinais no Brasil, avaliando em que medida a prática poderia ser enquadrada como uma tecnologia social, na formulação de Renato Dagnino. Com base em dados coletados em trabalho de campo (entrevistas semiestruturadas) em dois centros urbanos no Brasil (São Paulo, Rio de Janeiro) e de uma participante nos Estados Unidos, identificam-se características dessas práticas que as aproximam de uma tecnologia social, como a adaptação a pequena escala, o atendimento a demandas sociais por meio de trabalho cognitivo, a participação ativa de produtores e usuários em seu desenvolvimento, e a ausência de diferenciação entre patrão e empregado. Pondera-se, entretanto, que a noção de tecnologia social está bastante ligada a um objetivo de transformação do setor produtivo, o que talvez limite a aplicação desse conceito em situações de produção não-comercial, para atendimento de necessidades diretas; e que a consideração dos riscos na produção de medicamentos talvez torne pouco aconselhável a generalização de práticas caseiras como a do autocultivo. Propõe-se que essa situação poderia ser remediada com o emprego de estratégias de ciência aberta e cidadã, envolvendo o diálogo com instituições públicas do campo tecnológico e científico.

Descargas

Los datos de descarga aún no están disponibles.

Publicado

2020-10-21

Número

Sección

Original research articles

Cómo citar

Oliveira, M. B. de ., Vieira, M. S. ., & Akerman, M. . (2020). O autocultivo de Cannabis e a tecnologia social. Saúde E Sociedade, 29(3), e190856. https://doi.org/10.1590/S0104-12902020190856