“Ainda bem que não foi na barriga!”: revisitando uma cena etnográfica de violência contra a mulher

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.1590/

Palabras clave:

Etnografia, Violência contra a mulher, Emoções, Ética

Resumen

Neste artigo, retomo uma cena de violência contra a mulher que vivenciei no ano de 2003 no curso de uma pesquisa etnográfica sobre relações de gênero no Programa Saúde da Família em Recife (PE), para refletir sobre os dilemas éticos da pesquisa antropológica e, especificamente, sobre as dimensões afetivas e emocionais do fazer etnográfico em campos sensíveis. Para isso, reproduzo os trechos do diário de campo que compõem a cena de violência e faço uma análise pormenorizada dos eventos que se sucederam à agressão, pela chave de duas emoções: “medo dos homens” e “impotência”, que ajudam a compreender as reações da equipe de saúde e da própria antropóloga. O reencontro da cena em questão, 20 anos depois, no contexto da apresentação de uma pesquisa contemporânea sobre violência contra a mulher, me permite problematizar mudanças e permanências dos modos de fazer etnografias em saúde em campos sensíveis.

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Publicado

2024-05-10

Número

Sección

Dossie

Cómo citar

Franch, M. (2024). “Ainda bem que não foi na barriga!”: revisitando uma cena etnográfica de violência contra a mulher. Saúde E Sociedade, 32(4), e230595pt. https://doi.org/10.1590/