Indignação, impotência e engajamento. Notas sobre desafios à pesquisa antropológica

Auteurs

DOI :

https://doi.org/10.1590/

Mots-clés :

ética em pesquisa, pesquisa qualitativa, antropologia, etnografia, reflexividade

Résumé

Refletindo sobre vivências, aprendizados, aflições e emoções na pesquisa antropológica, discute-se o sentimento de impotência e o sofrimento que nos mobiliza frente ao trabalho de campo, com temas sensíveis que colocam em cena a vida, as emoções e a saúde de mulheres racializadas e socialmente excluídas no Brasil. Buscamos indagar, em aliança ao compromisso ético-político que nos move na pesquisa acadêmica, os nossos limites no fazer etnográfico e na contribuição que o compartilhamento dos resultados pode gerar no debate sociopolítico e no cotidiano dos sujeitos de pesquisa. Até onde podemos ter êxito (não estritamente acadêmico) quando nos dispomos a uma pesquisa engajada com temas e sujeitos de pesquisa? Por que tal postura reflexiva e implicada nos deixa tão angustiadas diante dos desafios de transformação social das realidades estudadas? Analisando a mobilização de mulheres que implantaram o dispositivo permanente para esterilização Essure no Brasil, abordo as questões do estatuto do conhecimento e as disputas epistêmicas em jogo; da temporalidade da espera, e como ela opera entre sujeitos de pesquisa, atravessando também a pesquisadora e seus resultados de pesquisa; por fim, qual modelo de ciência podemos reafirmar, no embate entre campos disciplinares tão díspares como a medicina e a antropologia.

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Biographie de l'auteur

  • Elaine Reis Brandão, Universidade Federal do Rio de Janeiro

    Universidade Federal do Rio de Janeiro. Instituto de Estudos em Saúde Coletiva. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

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Publiée

2024-05-10

Numéro

Rubrique

Dossier

Comment citer

Brandão, E. R. (2024). Indignação, impotência e engajamento. Notas sobre desafios à pesquisa antropológica. Saúde E Sociedade, 32(4), e230465pt. https://doi.org/10.1590/