Reescrever saúde global

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0104-12902023230316pt

Palavras-chave:

Saúde Global, Saúde Planetária, Emancipação, Teoria Crítica

Resumo

O conceito de saúde global popularizou-se mesmo com suas origens sendo alvo de um escrutínio crítico: nomeadamente, suas origens na medicina colonial, suas ligações com a proteção do comércio internacional e da exploração capitalista, seus pressupostos orientalistas. Até que ponto o conceito é, ainda, adequado ou proveitoso? Será possível reescrever a saúde global de forma a reconhecer e contrariar as suas múltiplas violências? Reflito sobre a potencialidade do conceito de saúde global a partir de uma ética da escrita que pretende ser analítica (respeitante à sua capacidade para refletir as tensões sociais, a multiplicidade de experiências, as justificações e reivindicações dos atores, a opressão e o potencial não realizado); crítica (respeitante à sua capacidade de identificar a contradição entre aquilo que os arranjos sociais ostensivamente proclamam e o que produzem de facto); e política (respeitante ao seu potencial emancipatório e de reparação das injustiças históricas). Identifico cinco vertentes importantes para um esforço de reescrever o conceito de saúde global: o global como planetário; o global como coletivo; o global como público; o global como periférico; e o global como cotidiano.

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Publicado

2023-12-15

Edição

Seção

Dossiê

Como Citar

Nunes, J. (2023). Reescrever saúde global. Saúde E Sociedade, 32(3), e230316pt. https://doi.org/10.1590/S0104-12902023230316pt